O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), confirmou leitura do relatório parcial da CPI para quinta-feira (10). O documento trará informações sobre o envolvimento de parlamentares sobre o esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento.
A CPI notificou 90 parlamentares que tiveram a oportunidade de apresentar a defesa por escrito. O vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defendeu que o relatório seja lido e votado no mesmo dia. “O regimento interno do Congresso Nacional permite que isso seja possível”, disse.
No entanto, para votar relatório é necessário haver o quorum mínimo de 19 parlamentares, não alcançado em reunião administrativa marcada para esta terça-feia (8). De acordo com Biscaia, é a segunda semana que o quorum mínimo não é alcançado. Os deputados e senadores devem se reunir para apreciar 120 requerimentos. Entre eles, os mais polêmicos pedem a convocação de ex-ministros da Saúde.
A falta de quorum foi criticada pelos parlamentares presentes. “A reunião de hoje serviu para mostrar que a ausência vai trazer desgaste”, avaliou o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). Para o vice-presidente, alguns estão querendo “boicotar” os trabalhos. “É preciso convocar todos”, afirmou.
Após a votação do relatório, a CPI entra em sua segunda fase, quando poderá ser investigada a participação de organizações não-governamentais e de prefeituras no esquema. Jungmann acredita que até as eleições o ritmo dos trabalhos será reduzido e retomado depois de 2 de outubro.
Agência Brasil