A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES) vai comemorar os seus 50 anos com um concerto, nesta sexta-feira (9), às 19h, e amanhã (10), às 17h, na tradicional Sala Cecília Meireles, um espaço Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), no centro do Rio.
A escolha de O Messias, de George Friedrich Händel, para a apresentação não foi à toa. A obra marcou a estreia, no mesmo palco da OPES, fundada pelo maestro Armando Prazeres, em 1975. A orquestra OPES, que atualmente tem como diretor artístico o maestro Isaac Karabtchevsky, será acompanhada pelo Coro da Associação Canto Coral, com regência de Jesus Figueiredo, e convidará ao palco os solistas Michele Menezes (soprano), Lara Cavalcanti (contralto), Guilherme Moreira (tenor) e Marcelo Coutinho (barítono).
Quando os 50 anos começaram a ser contados, ainda havia o nome de Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro, que tinha na regência o seu fundador, Armando Prazeres. A violoncelista Atelisa de Salles disse que, no início da Pró-Música, eram apenas 12 músicos que aderiram à proposta do maestro nos anos 60. O projeto foi evoluindo até se tornar a OPES, que tem o patrocínio da Petrobras.“Começou uma orquestra bem pequenininha, que parecia um conjunto de igreja, com 12 pessoas e a gente acompanhava um coral pequeno que o Armando tinha e íamos fazendo as apresentações. Até quando Armando achou que podíamos fazer um pouco mais e começou a trabalhar com corais. Começamos as apresentações primeiro em igrejas até que chegamos a este teatro. O aniversário dos 50 anos é comemorado a partir de 1975, justamente por causa da primeira apresentação, na época, com o Coral da Uerj [Universidade do Estado do Rio de Janeiro] na Sala Cecília Meireles”, disse à
Agência Brasil.
Emoção
Atelisa estava no primeiro concerto em 1975 e se emociona ao lembrar da sua trajetória desde o começo da orquestra - que se chamava inicialmente Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro - e dos projetos sociais que ela desenvolve.
“Hoje com 83 anos, ainda me sinto motivada pela paixão que eu tenho pela Orquestra Petrobras, de tocar, estar presente, ter construído devagarinho, mas o grande nome disso tudo a gente não pode esquecer é o Armando Prazeres. Ele lutou muito para chegar onde a gente chegou. Foi aquele cara que trabalhou igual a uma formiguinha, migalhinha, migalhinha até chegar. Não sei se outra pessoa teria tido essa paciência e esse amor que ele teve de transformar a coisinha pequenina que era de 12 músicos a esta orquestra que é referência nacional”, frisou.