As equipes de emergência no sul dos Estados Unidos estão lutando para alcançar todos sobreviventes do furacão Katrina, a tempestade que provocou a maior devastação no país das últimas décadas ao passar pela região na segunda-feira.
O prefeito da cidade de Nova Orleans, Ray Nagin, disse que as equipes de resgate não conseguem recuperar os mortos. "Eles estão apenas empurrando-os para o lado", disse.
Autoridades temem que centenas de pessoas tenham morrido por causa do furacão.
Nagin disse que 80% da área de Nova Orleans está sob as águas e alertou para a possibilidade de que os níveis da água subam ainda mais.
"Algumas áreas da cidade que estão secas agora poderão ver cerca de 3 metros de água", alertou o prefeito.
Estádio
As autoridades de Nova Orleans planejam evacuar o estádio Superdome, onde estão abrigadas cerca de 20 mil pessoas, porque a situação está se deteriorando.
O estádio está sem eletricidade e os banheiros estão transbordando.
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"É uma situação muito, muito desesperadora", disse a governadora de Louisiana, Kathleen Blanco.
Kioka Williams, moradora de Nova Orleans, descreveu sua fuga do furacão como um "inferno".
"Nós ficamos gritando, berrando, acendendo lanternas. Foi um caos total", disse ela à agência de notícias Associated Press.
Williams teve que abrir caminho pelo teto de seu salão de beleza quando as águas começaram a subir na cidade, que tem mais de 500 mil habitantes.
Diques que protegem Nova Orleans contra inundações se romperam em determinados pontos.
Pânico
As equipes de emergência estão usando helicópteros para jogar 1,35 tonelada de sacos de areia e barreiras de concreto, na tentativa de cobrir os buracos nos diques.
Segundo o repórter da BBC Alastair Leithead, que está em Nova Orleans, começa a haver pânico de que abastecimento vital poderá ser interrompido.
Policiais fortemente armados estão tentando impor alguma forma de lei marcial para impedir saques.
Alguns saqueadores estão roubando bens não essenciais, mas outros estão simplesmente tentando encontrar água e comida.
A situação parece ainda pior no Mississippi.
"Vamos ver centenas de mortos ao longo da costa", disse uma autoridade.