Um acordo negociado secretamente durante 18 meses possibilitou a libertação do empreiteiro americano Alan Gross, preso em Havana há cinco anos, e marca a retomada das relações entre os Estados Unidos e Cuba.
Aos 65 anos, Gross foi libertado em troca de três agentes da inteligência cubana que estavam presos nos EUA e já voltaram à ilha. As negociações foram encorajadas pelo Papa Francisco e contou com a ajuda do Canadá. Após o anúncio, Papa Francisc, no dia em que completa 78 anos, parabenizou os dois países e disse que continuará a apoiar o fortalecimento das relações bilaterais.
Por telefone, Raúl e Obama concordaram em pôr de lado décadas de hostilidade e iniciarem uma nova etapa na relação entre os dois países.
Foram anunciadas as seguintes medidas: - restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países; - facilitar viagens de americanos a Cuba; - autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba; - autorização para norte-americanos importarem bens de até $400 dólares de Cuba; - início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.
Os presidentes dos dois países se pronunciaram ao mesmo tempo, ao meio dia do dia 17, sobre o acordo e novas políticas, que devem incluir a reabertura de embaixadas. Trata-se da mudança mais significativa em mais de meio século.
O presidente americano afirmou que acredita que os EUA poderão "fazer mais para ajudar o povo cubano" ao negociar com o governo da ilha e prometeu que vai negociar com os parlamentares do Congresso dos EUA a respeito de levantar o embargo econômico a Cuba. Ele disse que a ilha ainda precisa fazer reformas econômicas e se desenvolver na questão dos direitos humanos. O democrata afirmou também que vai revisar a colocação de Cuba na lista dos países que, na concepção dos EUA, 'patrocinam o terrorismo'.
Raúl Castro confirmou o restabelecimento de relações diplomáticas com os EUA. “Exorto ao governos dos EUA a remover os obstáculos que impedem os vínculos entre nossos povos”, disse.
O presidente cubano disse que quer restabelecer os vínculos com os EUA especialmente no que se refere a viagens, ao correio postal direto e às telecomunicações. Ele disse que esses temas serão retomados adiante. "Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com nossas diferenças", disse.