O diário britânico Financial Times desta segunda-feira traz um artigo assinado pelo representante de Comércio americano, Rob Portman, no qual ele propõe o corte de 60% dos subsídios agrícolas que "distorcem o comércio internacional" nos EUA nos próximos cinco anos, em troca de cortes na Europa e no Japão.
"Os Estados Unidos estão prontos para tomar duras decisões na agricultura, mas não podemos fazê-lo sozinhos. Serão necessárias sérias contribuições e participação intensa de todos os membros."
No artigo, Portman diz que os Estados Unidos estão comprometidos com um mundo de livre comércio e "acreditam que a maneira de atingi-lo começa com uma conclusão bem-sucedida das negociações de comércio previstas pela agenda de Doha na Organização Mundial do Comércio".
Portman também propõe eliminar totalmente os subsídios para produtos agrícolas de exportação até 2010.
A proposta será discutida nesta segunda-feira, em um encontro da OMC, em Zurique, com a participação do Brasil, Índia e representantes da União Européia, entre outros.
Para o representante de Comércio americano, a rodada de Doha é uma oportunidade única para aumentar o desenvolvimento econômico. "Nenhuma outra iniciativa tem maior potencial de gerar crescimento econômico global e de ajudar de maneira significativa os países pobres".
Segundo o FT, a agricultura é um dos pontos mais difíceis das negociações da agenda de Doha, com desavenças entre EUA e União Européia sobre cortes em tarifas e subsídios.
Terremoto
O terremoto do fim de semana na Caxemira, na fronteira entre a Índia e o Paquistão, dominou as manchetes internacionais nesta segunda-feira.
No Paquistão, o jornal Dawn traz reportagem sobre como os paquistaneses estão lidando com o terremoto que "chocou o país", afirmando que a destruição ainda é pior do que se imaginava.
O jornal comenta as dificuldades de acesso às áreas atingidas e destaca a chegada de equipes internacionais de resgate para ajudar nas buscas.
Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times destaca o pedido de ajuda internacional do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, no domingo à noite.
"Em Washington, o presidente Bush, cuja administração foi criticada pelo modo como lidou com a ajuda às vítimas logo após o tsunami do ano passado e a passagem do furacão Katrina, prometeu ajuda imediata ao general Musharraf, importante aliado da guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos", diz o NYT.
Na Espanha, o jornal El País também destaca a ajuda internacional, afirmando que já foram enviadas equipes de resgate, material de primeiros socorros e doações para as vítimas do terremoto.
Na Argentina, o jornal Clarín destaca que a região atingida pelo terremoto é um dos locais em que supõem-se que o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, esteja escondido.
O jornal cita um funcionário do governo americano, que manteve o nome em anonimato, afirmando que até agora as autoridades não têm informações que indiquem que Bin Laden esteja morto, ou tenha se ferido na tragédia.
Na Grã-Bretanha, o jornal The Independent traz a reportagem de um correspondente que destaca a falta de recursos na busca das vítimas em Muzaffarabad, a cidade mais próxima do epicentro do tremor, no Paquistão.
O repórter conta a história de uma vítima resgatada 24 horas depois do terremoto, que morreu logo em seguida, a caminho do hospital.
Na reportagem, ele também fala de um homem desesperado, tentando que as equipes de resgate ajudassem no resgate de seu irmão: "Mas eles disseram ao homem que ele teria que esperar. Na cidade inteira havia apenas uma equipe de resgate, com seis pessoas, que havia chegado da Turquia".