A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do ex-professor de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) Marcelo Rodrigues de Carvalho, acusado de montar esquema que desviou R$ 970 mil da universidade entre 2012 e 2014, segundo Ministério Público. No início deste ano ele fixou residência nos EUA e será incluído na lista de procurados da Interpol.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), entre 2012 e 2014, quando ainda fazia parte do corpo docente da USP, Carvalho utilizou notas frias para simular compras e embolsar R$ 970 mil disponibilizados pelo Ministério da Educação.
A Justiça também determinou o bloqueio dos bens do ex-professor e a inclusão do nome dele na lista de procurados da Interpol. O técnico administrativo do departamento de Zoologia Eduardo Netto Kishimoto, e os empresários Marcos Simplício e Sérgio dos Santos, donos das empresas Tec Science e Bellatrix, são apontados como outros beneficiários da fraude. Todos já tiveram os bens bloqueados pela Justiça.
Carvalho era o responsável pela gestão de R$ 2,9 milhões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) repassados ao departamento de Zoologia e fraudava notas de materiais. Segundo o MPF, ele conseguiu, ao todo, 41 notas fiscais frias com as empresas Tec Science e Bellatrix, que ficavam com parte do valor da falsa compra como contrapartida pela emissão dos documentos.
As fraudes foram descobertas após denúncias de outros pesquisadores, que não eram atendidos nos pedidos de recursos. Uma comparação entre as notas fiscais e o inventário dos materiais disponíveis demonstrou que, além de terem sido solicitados em quantidades muito superiores ao necessário, os itens adquiridos nunca foram entregues.
Os quatro suspeitos foram denunciados pelo crime de peculato e, na esfera cível, ainda respondem por atos de improbidade administrativa. Apenas Marcelo Rodrigues de Carvalho teve a prisão decretada até agora.
Em fevereiro deste ano, após a instauração da investigação da própria universidade, Carvalho pediu demissão e foi viver nos Estados Unidos. Ele responde por peculato (apropriação de recursos públicos) e uso de documentos falsos.
Com informações da Agência Brasil.