É impressionante como, de vez em quando, do nada, surge um ídolo no esporte brasileiro. O cara aparece como o policial aqui nos Estados Unidos, quando você passa da velocidade naquela estrada deserta. Só tem o seu carro, aquele retão sem fim, você pisa no acelerador, começa a gostar, fazer as contas de quantos minutos mais cedo vai chegar em casa... e um carro da polícia se materializa logo atrás do seu.
É mais ou menos assim que aparecem alguns campeões brasileiros. Não estou falando de futebol, não. Dos outros esportes, que, infelizmente, não tem tanto a atenção da mídia. Foi assim com o Arthur Zanetti. Ninguém tinha ouvido falar dele. De repende, medalha de ouro na ginástica, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. E o Medina. No mundo do surfe até sabiam quem ele era, mas e você, sabia? Eu, não.
Campeão mundial, todo mundo no Brasil virou especialista em surfe de um dia para o outro. Agora, surge um novo nome: Teliana Pereira. Essa menina é a personagem principal de um conto de fadas. O pai deixou o semi-árido sertão nordestino e foi para o sul do país. Quando estava com 7 anos, chegou a vez da Teliana sair de Barra de Tapera (PE), deixar a seca para trás, e seguir para Curitiba, para reencontrar o pai. Aquela menina cresceu.
Sabe-se lá como, se apaixonou por um esporte que é considerado de elite, o tênis. Está entre as 100 melhores do mundo. Teliana ganhou o WTA de Bogotá, o primeiro dela em eventos de nível WTA. Pulou da 130ª posição no ranking para a 81ª. Uma semana antes ela ganhou o ITF de Medellín. É o primeiro título de uma tenista brasileira em torneios da primeira linha da WTA desde Niege Dias, que consuistou o título no WTA de Barcelona, em 1988. Ou seja, o esporte ideal é feito de estrutura, de apoio…
O esporte de alguns brasileiros é feito de teimosia. De gente que não respeita o impossível. Não sabe qual o próprio limite. Não aceita ter limites. Por isso é tão importante sonhar e não desistir. Durante algum tempo você, pode ser considerado maluco, mas só até se tornar um campeão. Aí, vira exemplo, ídolo…
Pode ser esquecido uma semana depois, poucos podem lembrar o seu nome, mas você chegou onde queria. Você viveu o seu sonho. Isso não é fácil. Para alguns, é particularmente difícil. O campeão precisa contar com a sorte, precisa ter estrela, e precisa ter o espírito do campeão.
Discuto muito com algumas pessoas que falam que uma criança precisa aprender a perder. Eu não acho. Não concordo. Brigo. Uma criança precisa aprender a ganhar. Se ela perder, tem que ficar chateada, tem que chorar, tem que esperar a próxima chance de competir. Durante esse intervalo, tem que treinar, se esforçar, suar… e voltar a ganhar. Parabéns aos atletas anônimos, que surgem no nada e nos fazem chorar e sonhar.
AVALIAÇÕES DA SEMANA BOLÃO
Campeonatos regionais
Acho que são ruins, mas não dá para negar que as finais voltam a movimentar o futebol em todo o Brasil.BOLACHA
Enderson Moreira
Ele se demitiu ou foi demitido do Atlético Paranaense. Esse ano ele saiu do Santos e agora do Atlético. Sempre foi assim com os técnicos do Brasil. Infelizmente, vai continuar sendo.BOLINHA
Torcida do Palmeiras
O Palmeiras ganhou do Corinthians em Itaquera, na casa do Timão, e se classificou para a final do campeonato paulista. A torcida quebrou várias cadeiras do estádio em mais uma demonstração selvagem de falta de educação. Isso precisa acabar.