Em um caso de detenção de imigrantes que buscam asilo nos Estados Unidos, o de Astrid, 15 anos, e seu pai Arturo, chamou a atenção mundial. Pai e filha foram liberados na sexta-feira, 23, depois de ficarem 32 dias presos pelo Immigrations and Customs Enforcement (ICE) da Filadélfia, com a ajuda de um pedido enviado pela Anistia Internacional americana com milhares de assinaturas exigindo sua libertação.
Pai e filha moram nos Estados Unidos desde 2015 e foram detidos na madrugada do dia 20 de fevereiro em casa e enviados ao Berks County Residential Center, um centro de detenção familiar na Pensilvânia. De acordo com o ICE, ambos teriam uma ordem de deportação em aberto por não terem comparecido a uma audiência, mas a advogada que cuida do caso, Carol Donohoe, afirmou que eles não receberam nenhum aviso.
Cidadãos indígenas K'iche da Guatemala, onde a discriminação e violência contra esta comunidade é institucionalizada e generalizada, os dois vivem nos Estados Unidos desde 2015, quando foram detidos por agentes da Alfândega e Patrulha de Fronteira (CPB) ao tentar atravessar a fronteira, mas libertados no dia seguinte. Desde então, a família entrou com pedido de asilo e vivia uma vida normal em sua comunidade, a menina inclusive matriculada na escola local em Easton, Pennsylvania.
O pedido para libertação dos dois foi enviada ao Escritório de Imigração e Alfândega da Filadélfia, direcionada ao Diretor do Escritório de Campo Gregory Brawley e continha mais de 78.000 assinaturas de pessoas em todo o mundo exigindo a libertação dos dois.
Em carta, a Anistia Internacional destacou que a detenção, principalmente da menina, era contra a lei. “Não há razão justificável para a Imigração e a Fiscalização Aduaneira continuar a deter esta família no Berks County Residential Center. Eles têm um pedido pendente de asilo, retenção de remoção e proteção sob a Convenção contra a Tortura. Astrid e Arturo são parte integrante de sua comunidade desde 2015. Astrid está na oitava série da Easton Area Middle School e frequenta a escola desde a quinta série”, dizia a carta da Anistia.
A adolescente completou seus 15 anos no centro de detenção, no dia 15 de março. Segundo o jornal Mundo Hispánico, a mãe encontra-se na Guatemala e os sobrenomes foram preservados por segurança da família.