Soldados de Israel estão concluindo nesta segunda-feira a retirada dos colonos judeus de Netzarim, o último assentamento ainda ocupado na Faixa de Gaza.
A ação encerra a operação de remoção dos 8,5 mil colonos judeus de 21 assentamentos, iniciada na quarta-feira passada.
O clima em Netzarim durante a retirada era de calma. A maioria dos moradores concordou em deixar a colônia pacificamente.
O assentamento foi um dos primeiros de judeus na Faixa de Gaza, construído mais de trinta anos atrás. Ele era particularmente detestado pelos palestinos, que eram impedidos de transitar pela principal estrada da Faixa de Gaza toda vez que o acesso à colônia, que corta a estrada, era fechado.
A conclusão da retirada de Gaza será seguida pela demolição de todas as casas das colônias, deixando apenas edifícios públicos de pé.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, já anunciou seus planos para a Faixa de Gaza, incluindo a construção de milhares de casas em conjuntos populares.
Forças de segurança da Autoridade Palestina já cercaram a região para impedir que palestinos invadam as áreas dos assentamentos antes do tempo.
Cisjordânia
Com o fim das operações em Gaza, a atenção se volta para a Cisjordânia, onde o Exército israelense e a polícia iniciam na terça-feira o desmantelamento de mais duas colônias.
O Exército começou na segunda-feira a enviar 5 mil soldados à região para retirar os cerca de 2 mil moradores e simpatizantes que permaneciam nas colônias de Sanur e Homesh.
Os moradores da região prometem resistir à retirada como já fizeram no domingo, quando colonos de Sanur atiraram pedras em veículos militares e cortaram pneus de alguns deles.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal The Jerusalem Post, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, prometeu continuar as construções de casas nos demais assentamentos da Cisjordânia.
Segundo Sharon, o bloco de assentamentos de Ariel, o maior da Cisjordânia, permanecerá “parte de Israel para sempre, conectado territorialmente a Israel”. Ele afirmou ainda que não haverá “um segundo plano de retirada”.
Na semana passada, líderes árabes elogiaram a retirada de Gaza, mas afirmaram que ela teria que ser seguida também pela retirada da Cisjordânia para permitir uma paz duradoura entre palestinos e Israel.
O grupo militante palestino Hamas também prometeu continuar sua campanha armada contra Israel depois da retirada de Gaza, com o objetivo de forçar a retirada israelense da Cisjordânia e de Jerusalém.
"Gaza não é a Palestina", disse um porta-voz do braço armado do Hamas em uma entrevista coletiva na Cidade de Gaza."Quanto a Jerusalém e à Cisjordânia, nós vamos tentar libertá-las pela resistência, bem como a Faixa de Gaza foi liberada", disse ele.