Como reconhecer as armadilhas que podem estar atrasando a sua vida financeira. “Dinheiro não é assunto de mulher”. Apesar de soar estranho, há pouco mais de cinquenta anos era super comum ouvir essa frase.
A participação das mulheres no mercado de trabalho começou a se acentuar, somente a partir dos anos 70. Antes disso, a grande maioria das mulheres se dedicava às tarefas domésticas, ao trabalho rural ou atividades voluntárias. Não era comum ver a mulher dividindo despesas em casa, e muito menos tomando decisões sobre como gastar ou investir o dinheiro, papel que era destinado exclusivamente ao homem.
Talvez esse atraso no contato com o trabalho e a renda possa explicar em parte porque somente 30% das mulheres são consideradas “alfabetizadas financeiramente”, em comparação a 35% dos homens, de acordo com o estudo do Centro de Excelência em Alfabetização Financeira Global, da Universidade George Washington, aqui nos Estados Unidos.
Outro aspecto que certamente pode influenciar a dificuldade feminina em poupar e administrar o dinheiro é a desigualdade de renda. Mesmo ocupando as mesmas funções no mercado de trabalho, as mulheres ainda recebem cerca de 25% menos do que homens que exercem a mesma função.
Entretanto existe um tema mais profundo que afeta a relação das mulheres com o dinheiro: suas próprias crenças. A forma como enxergamos o dinheiro pode funcionar como uma armadilha e limitar a nossa capacidade de lidar com ele.
Observe se você se identifica com alguma das seguintes frases; e aproveite as dicas que elaborei para você se libertar dessas limitações e lidar melhor com seu dinheiro.
• “Até gosto de vender, mas na hora de receber o dinheiro, não consigo cobrar ninguém”
A ideia de que o dinheiro representa ambição, egoísmo e interesse bate de frente com a natureza feminina do amor e de cuidado. Por isso, muitas mulheres nem gostam de lidar com o assunto, acham que dinheiro diminui sua feminilidade, seu amor incondicional e não querem parecer interesseiras ou gananciosas. Têm dificuldade em cobrar dívidas, colocar preço nos produtos ou serviços que vendem e ficam constrangidas em pedir aumento de salário.
Você pode ser generosa, amável e cuidadosa ao mesmo tempo em que exige seus direitos e protege seus interesses. Isso não é egoísmo, chama-se amor próprio e, na dose certa, ajudará você a conquistar a prosperidade que merece.
• “Não sei dizer não a meu filho, trabalho muito e quero que ele tenha tudo do bom e do melhor”
Se depois de um dia de trabalho, você só consegue encarar seu filho com um presentinho na mão, isso pode ser um sintoma de culpa. Muitas mulheres se sentem culpadas pelo tempo que passam longe das crianças e querem compensá-las por sua ausência com presentes e agrados.
Essa atitude, além de aumentar os gastos da família, estimula o consumismo e a falta de limites nas crianças e pode contribuir para que se tornem adultos endividados no futuro.
Acredite, crianças valorizam e respeitam a mãe que trabalha com dedicação e amor pelo que faz. Que melhor presente dar a seus filhos do que seu exemplo de vida?
• “Planejamento financeiro é um assunto chato, eu não sou boa com números, melhor deixar o homem cuidar disso”
De fato, controlar dinheiro pode até não ser a tarefa mais agradável do mundo, mas chato mesmo é ficar presa a uma relação amorosa destrutiva ou a um trabalho desgastante por causa de dependência financeira.
Se você deseja conquistar liberdade e autonomia para tomar suas próprias decisões, é fundamental conhecer quanto entra e sai da sua conta, saber para onde vai o dinheiro que você está gastando.
Uma semana super produtiva para todos!