Essa semana minha filha mais velha faz 12 anos e a vida nos deu de presente uma coincidência para lá de significativa: pela primeira vez, ela não estará em casa conosco. Nada sério (mentira!). Vai comemorar na companhia dos amigos, no acampamento da escola. A exatos 51,9 km do café da manhã na cama, dos cartazes de felicitações, do tradicional jantar no japonês.
Uma confirmação de que grande parte do que é ‘tradicional’ em nossa casa migra agora do campo das certezas para o território do “vamos ver o que acontece”. E que movimento desafiador esse de abrir mão do script, do confortável, não?
Que poderoso/difícil é ver, de maneira tão nítida, que de coadjuvantes estamos a um estalar de dedos dos figurantes desta narrativa que é a adolescência dos filhos. Outra validação do acaso do calendário.
É um tempo novo que se apresenta em fastfoward, com intensidade de fim de últimos capítulos de seriado americano. Um tempo instigante onde o que está posto é o inédito e todas as suas possibilidades. Para ele, aposto em coragem, consistência, paciência e curiosidade (para todos, adultos e ‘crianças’). E está decidido. No dia 21, vou ao japonês. Celebrar a minha filha, brindar as próximas temporadas. É tradição. Feliz aniversário, Lalá!