“Foi um período bem complicado, de muitos medos, muitos receios em relação ao futuro, se eu conseguiria ver as minhas filhas crescerem”. Os momentos ruins nos mais de 10 anos lidando com uma insuficiência renal não assustam mais o professor de educação física Ramon Lima, 40 anos.
Em 2020, ele recebeu um órgão compatível e, hoje, encontrou no esporte um modo de incentivar a doação de órgãos e “mostrar para a sociedade que transplantados não são um público que tem inúmeras restrições, que não podem fazer nada”.
Ramon é fundador da recém-criada Liga de Atletas Transplantados do Brasil e se prepara para disputar o World Transplant Games 2023, na Austrália.
Ele conta que a prática esportiva, além de todos os benefícios para a saúde, contribui para a autoestima de transplantados.
“Pude perceber que existe, sim, possibilidade de a gente ter uma vida normal. O esporte me deu uma motivação, me tirou essa angústia, esse medo. A gente se joga, a gente vai treinar e a gente pode mostrar para os outros, e para a gente mesmo, que é possível”, aponta.