O prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), avaliou que o
principal desafio de Porto Alegre -
um ano depois das enchentes que causaram uma catástrofe sem precedentes no Rio Grande do Sul - é
garantir as residências definitivas de quem perdeu um teto para morar.
"A questão habitacional vai ser a mais desafiadora, porque não tem casa da noite para o dia", afirmou em entrevista à
Agência Brasile à
Rádio Nacionalem seu gabinete, na última semana.
Segundo ele, a
prefeitura já emitiu cerca de 9 mil laudos que atestam a perda de casas e cadastrou mais da metade delas para que as famílias atingidas consigam acessar programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida e o Compra Assistida.
Essas duas modalidades são projetos tocados pelo governo federal.
No caso do Compra Assistida, que concede até R$ 200 mil ao beneficiário para a compra de um imóvel, o prefeito diz que cerca de 1 mil contratos foram assinados na capital, mas a burocracia atrasa parte dessas entregas e muitas famílias não se adaptam a essa modalidade.
"Imagina uma família que mora no Sarandi, que mora nas ilhas do Delta do Jacuí. A vida dessa família, que nasceu ali, recicla lixo, que nunca pagou água, luz, condomínio, e agora recebe um apartamento pelo Compra Assistida, e vai ter que pagar água, condomínio. Essa família não se adapta à situação. Tu tem que ter uma outra solução, que é a solução do Minha Casa Minha Vida, mais vai levar anos para resolver", apontou.
"E aí tu tem um outro desafio, que é desmanchar essas residências [interditadas] imediatamente, senão outras pessoas entram nessas residências e você continua com aquele problema que tinha antes".
Enquanto isso, uma das alternativas provisórias tem sido o aluguel social. Segundo o prefeito,
em Porto Alegre cerca de 3,5 mil pessoas estão nessa situação. Elas recebem R$ 1 mil por mês para pagar por moradia.