O governador da Califórnia, Gavin Newsom, fez um pronunciamento em horário nobre na noite de terça-feira (3), acusando o ex-presidente Donald Trump de colocar a democracia americana em risco com a intervenção militar federal em Los Angeles. Segundo Newsom, o envio de milhares de membros da Guarda Nacional e de fuzileiros navais à cidade não visa apenas conter os protestos após uma série de batidas migratórias, mas sim consolidar o poder do ex-presidente e enfraquecer as instituições democráticas.
“Califórnia pode ser a primeira, mas claramente não será a última. Outros estados virão a seguir. A democracia está sob ataque diante de nossos olhos”, alertou Newsom, com tom solene. Ele descreveu a ação de Trump como parte de uma “guerra” contra a cultura, a ciência, o jornalismo e o sistema judiciário.
Trump autorizou o envio de mais de 4.000 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, contrariando líderes locais, para proteger prédios federais e apoiar agentes de imigração. Newsom tentou barrar judicialmente essa operação, mas a Justiça ainda não decidiu sobre o pedido de liminar. Enquanto isso, tropas já atuam na cidade, formando corredores de proteção para operações de prisão de imigrantes.
Em seu discurso, o governador pediu que a população reaja de forma pacífica e não se cale diante do que chamou de "autoritarismo" de Trump. Ele destacou que o ex-presidente ataca desde a liberdade de imprensa até os pilares do sistema legal. “O que Donald Trump mais quer é sua lealdade, seu silêncio, sua cumplicidade. Não se renda”, afirmou.
Os protestos se espalharam por diversas cidades dos EUA, como Nova York, Dallas, Austin e Chicago. Em meio às tensões, Trump sugeriu que poderia invocar a Lei da Insurreição, que permite o uso das Forças Armadas dentro do país em casos de distúrbios civis — uma das medidas mais drásticas previstas na legislação americana.
Fonte: NBC

