A administração Trump recomendou nesta segunda-feira (22) que mulheres grávidas limitem o uso de Tylenol (paracetamol), alegando possível ligação entre o medicamento e casos de autismo — uma afirmação que contradiz o consenso científico. Durante coletiva na Casa Branca, Donald Trump afirmou que grávidas deveriam evitar o fármaco, apesar de estudos não terem comprovado qualquer relação causal.
As principais entidades médicas, incluindo o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, reagiram duramente, reforçando que o paracetamol continua sendo o analgésico mais seguro durante a gestação. Pesquisas recentes, inclusive uma do NIH publicada em 2024 no JAMA, não encontraram vínculo entre o uso da substância e riscos de autismo, TDAH ou deficiência intelectual.
A FDA publicou nota mais cautelosa, reconhecendo que há estudos sobre uma possível associação, mas ressaltando que não existe evidência de causa e efeito. A fabricante Kenvue, dona do Tylenol, também refutou as declarações, alertando para o risco de gestantes recorrerem a alternativas mais perigosas.
Trump, porém, insistiu em aconselhar o público a evitar o remédio, afirmando que falava por “bom senso” e não por ciência. Ele e o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., chegaram a sugerir que vacinas infantis poderiam estar ligadas ao autismo, contrariando décadas de pesquisas que comprovam não haver relação.
Fonte: ABC

