A França elevou o nível de alerta de segurança para o patamar mais alto após ataques simultâneos terem sido registrados em diversas localidades, inclusive no consulado do país na Arábia Saudita, informou hoje o primeiro-ministro Jean Castex.
Três pessoas morreram, uma delas degolada, e várias ficaram feridas hoje em Nice, na Riviera Francesa, em um ataque a faca nas proximidades da Basílica de Notre Dame. O agressor foi preso e segundo o prefeito da cidade, Christian Estrosi, tudo apontava para um "ataque terrorista".
Segundo o prefeito, o suspeito "repetiu indefinidamente 'Allahu Akbar' (Alá é o maior) quando estava sendo tratado no local". O novo ataque acontece duas semanas após a decapitação do professor Samuel Paty, na região de Paris, que provocou comoção nacional.
Poucas horas depois, a polícia francesa matou um homem que ameaçou pessoas com uma arma em Montfavet, perto da cidade de Avignon, no sul do país. Ele também gritou "Allahu Akbar", segundo uma rádio.
Na Arábia Saudita, a televisão estatal noticiou que um suspeito foi preso na cidade de Jeddah após atacar e ferir um guarda do consulado francês.
Nice, uma cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, foi cenário em 14 de julho de 2016 de um ataque que deixou 86 mortos no Dia da Festa Nacional, ou Dia da Bastilha.
A unidade antiterrorista do Ministério Público francês abriu uma investigação sobre o ataque.
Não está claro o motivo do ataque em Nice ou se há relação com a morte de Paty, mas Estrosi lembrou a decapitação e falou que a França precisa "eliminar o islamofascismo". O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou uma "reunião de crise" com a participação do presidente Emmanuel Macron. Em seguida, ele viajará a Nice. Darmanin também pediu que a população evite o local e siga a orientação das autoridades.
Estrosi contou que falou por telefone com Macron após o ataque e que ele irá à cidade. "Falei com o Presidente da República ao telefone que agradeceu à polícia de Nice e a todas as forças de segurança e pediu-me que passasse ao povo de Nice, para onde irá no final da manhã, todo o seu apoio", escreveu.
Morte de professor
O professor Samuel Paty, de 47 anos, foi morto no último dia 16 após mostrar caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre a liberdade de expressão. Pouco depois de deixar a escola onde trabalhava na pequena cidade de Conflans-Saint-Honorine, em Yvelines, na região parisiense, por volta das 17h, o educador foi decapitado por um terrorista, um jovem de 18 anos de origem chechena.