A família da brasileira Ana Lúcia Bandeira Bezerra, que morreu no domingo, na cidade de Gênova, na Itália, não acredita que ela tenha consumido cocaína - versão apresentada pelas autoridades italianas, segundo as quais ela sofreu uma overdose durante uma festa na casa do ator Paolo Calissano.
O pai de Ana Lúcia, o marceneiro Reginaldo Bandeira Bezerra, afirmou que a filha não era dançarina, como informado pelos italianos, e trabalhava numa fábrica de autopeças. Ele quer que a filha seja enterrada no Brasil.
"Minha filha não tinha vício algum. Ela só gostava de se divertir, o que é normal para uma moça de 31 anos. Se ela pagou um preço alto demais por isso, eu não sei", disse Reginaldo, que mora em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e soube da morte da filha pela televisão. "Eu não estou nem acreditando ainda, estou em estado de choque. Dos meus cinco filhos, ela era a mais agarrada."
Reginaldo viu Ana Lúcia pela última vez em julho, quando ela esteve no Brasil de férias. A filha chegou de surpresa com um amigo italiano e ficou 30 dias no Brasil. Fez passeios com a família e prometeu voltar para levar o pai para a Itália. "Ela estava com muita saudades, ficou num apartamento em Copacabana e vinha aqui dia sim, dia não", lembrou o marceneiro.
Ana Lúcia estava na Itália desde os 17 anos. Ela viajou depois de engravidar de um italiano que conhecera no Rio e com quem teve dois filhos: uma menina de 13 anos e um garoto de 11. Ambos moram com o pai desde a separação do casal.