Em dois meses com o técnico Emerson Leão, o Palmeiras conquistou 26 dos 39 pontos que disputou – um aproveitamento de 66,6%, maior até que o do líder do campeonato, o Fluminense (60%). Nesse período, o time alviverde pulou da 16.ª para a sexta posição. E a diferença para o primeiro colocado caiu de 13 para seis pontos. Mesmo assim, Leão acha que ainda está cedo para falar em título. “Existem muitas equipes com esse mesmo objetivo, mas este ainda não é o nosso. Vamos devagar, fazendo uma coisa de cada vez”, disse o treinador.
Segundo Leão, seu Palmeiras “nota 5” ainda está em fase de afirmação. “Nossa preocupação está na manutenção. Temos um bom índice de aproveitamento e precisamos manter isso. Se conseguirmos, chegaremos longe.”
Para o técnico, a vitória por 3 a 1 sobre o Paraná, domingo, foi a melhor apresentação do Palmeiras sob seu comando. “Isso porque cada jogador entendeu sua função e a executou muito bem”, disse Leão. “O Palmeiras venceu e convenceu. Se tivéssemos feito mais três gols, não seria nada demais”.
Leão elogiou as atuações do lateral-direito André Cunha e do meia Diego Souza, que entraram no time nas vagas de Baiano e Pedrinho. O técnico admitiu ter até ficado surpreso com o rendimento deles e da equipe inteira com as mudanças. O time estaria chegando perto de sua formação ideal.
“Substituição faz parte e acontece de acordo com a necessidade. Eu sempre mudo pensando no melhor, mas nem sempre acontece da forma que eu espero. Em outras vezes, a substituição surpreende positivamente”, comentou Leão.
Sobre Diego Souza, o técnico entende que, com a entrada dele, outros jogadores podem crescer, como o lateral Fabiano e o meia Juninho – este último, com Diego no time, não precisa se dedicar tanto à marcação como faz quando é Pedrinho quem joga ao seu lado. A ordem para Diego é que ele seja volante sem a bola e atacante com ela. “Ele tem potencial”, diz Leão.
Questionado especificamente sobre a atuação de André Cunha, o técnico foi curto, grosso e irônico: “Ele é lateral, né?” Foi uma alfinetada no anterior titular da posição, Baiano, que vinha “atacando como um louco”, segundo Leão, e também no volante Corrêa, constantemente improvisado naquele setor, mas sem nunca agradar em cheio.
André Cunha é o 24.º jogador escalado por Leão em dois meses de Palmeiras. Do atual elenco, o treinador só não utilizou ainda o zagueiro Gláuber e os goleiros Marcos (machucado) e Diego Cavallieri.
Essa rotatividade é apontada pelos atletas como um dos motivos da ascensão do Palmeiras no torneio, já que ninguém tem lugar cativo no time e todos precisam mostrar serviço constantemente.
Outro fator que explica a boa fase palmeirense é o fim da boataria que tomava conta da equipe até o início deste ano. Principalmente com Estevam Soares, em 2004, havia sempre uma intriga no ar envolvendo alguns jogadores. Agora, porém, segundo os próprios atletas, “o grupo está unido”.
A definição do esquema 4-4-2, a afirmação de Gamarra na zaga e o entrosamento de Juninho e Marcinho são outros fatores que ajudaram o Palmeiras a crescer.
Quem anda por baixo é o meia Pedrinho, que perdeu o lugar no time após várias fracas atuações consecutivas. Mesmo assim, ele ainda tem crédito com os torcedores. “A torcida sempre me apoiou e isso é motivo de orgulho para mim. Quero corresponder a todo esse apoio”, diz Pedrinho.