Uma nova técnica para o tratamento de queimaduras usando um dispositivo em spray criado na Austrália e desenvolvido na Grã-Bretanha pode significar tratamentos mais rápidos e efetivos para as vítimas.
"Temos presenciado o que eu apenas poderia chamar de resultados miraculosos usando este tratamento", diz Liz James, chefe de pesquisa do hospital britânico Queen Victoria.
O método atual de tratamento para queimaduras sérias é usar partes não afetadas de tecido do paciente, expandi-las mecanicamente e cobrir as partes queimadas como se fosse uma espécie de remendo que, com o tempo, se funde com a pele do resto do corpo.
Isso se o tratamento der certo, entretanto. Boa parte dos pacientes permanece com cicatrizes das queimaduras.
Teste
O novo método também utiliza amostras de tecido saudável, mas o mistura em uma solução que é então borrifada na queimadura do paciente.
As pernas de um paciente idoso antes
Segundo Phil Gilbert, da equipe do Queen Victoria, o novo tratamento "pode cobrir áreas maiores, muito mais rápido e com menos cicatrizes", diz.
A técnica foi utilizada para o tratamento de um homem que teve 90% de seu corpo queimado.
E depois do novo tratamento
"Iríamos ter enormes dificuldades de manter ele vivo se não usássemos esse tratamento", diz Gilbert.
Apesar da pele de John Barratt não parecer completamente normal – é fina, não tem poros ou folículos capilares – ele já recebeu alta do hospital e sua cútis já adquire uma coloração mais natural.
A equipe do Queen Victoria se prepara agora para realizar o primeiro estudo aprofundado já feito sobre o tema.
"Precisamos quantificar com precisão científica a qualidade do tratamento em termos de salvar vidas, cuidar de feridas e custos", diz Gilbert.
O novo tratamento custa significativamente mais do que os métodos atuais, segundo Gilbert.
"As pessoas precisam saber por que eles devem gastar milhões a mais em pacientes queimados, portanto precisamos produzir argumentos convincentes."