Um acordo fechado na Alemanha entre o Partido Social Democrata (SPD), do atual primeiro-ministro do país, Gerhard Schröder, e a coalizão CDU-CSU abre caminho para que a líder oposicionista Angela Merkel se torne a primeira mulher a ocupar o cargo de chanceler no país.
Merkel confirmou a realização do acordo durante uma entrevista coletiva e afirmou que uma "grande aliança" entre conservadores e sociais-democratas terá de criar empregos e estimular a realização de reformas econômicas.
O SPD concordou com a ascensão de Merkel para o lugar de Schröder em troca de oito ministérios em um governo de coalizão, O CDU-CSU, além do posto de chanceler, ficaria com seis ministérios no novo governo.
O trato entre as diferentes facções políticas estabeleceu que os socais democratas ficarão com oito ministérios, o CDU e o CSU receberão juntos seis pastas, incluindo as das Finanças e do Exterior, segundo sociais-democratas envolvidos nas negociações.
Mais negociações
De acordo com Angela Merkel, cuja indicação para o cargo de chanceler ainda precisa ser aprovada pelo parlamento alemão, as negociações para formar o novo governo devem durar quatro semanas.
"Estabelecemos um cronograma que teria início na próxima segunda-feira, dia 17, e iria até meados de novembro", disse Merkel.
O atual chanceler, Gerhard Schröder, não deverá exercer qualquer cargo dentro do novo governo.
A Alemanha vivia a expectativa da definição de seu novo chefe de governo desde que as eleições gerais de três semanas atrás terminaram com a aliança CDU-CSU na frente, mas sem cadeiras suficientes no Parlamento para formar o governo com seu aliado natural, o Partido Liberal Democrata.
Negociações
Nas eleições de 18 de setembro, a aliança CDU-CSU elegeu 226 parlamentares, contra 222 do SPD, 61 dos liberais-democratas, 54 do novo Partido da Esquerda e 51 do Partido Verde.
Com este resultado, para formar o governo, um dos dois maiores partidos precisaria se aliar com duas das agremiações menores.
A "grande coalizão" entre CDU-CSU e o SPD, remete à outra experiência já tentada na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, na década de 60.
Mas o acordo atual vai marcar apenas o início de uma trabalhosa e detalhada negociação a respeito da linha política a ser adotada pelo novo governo, segundo o repórter da BBC na Alemanha Ray Furlong.