A imigração está em pauta mais do que nunca, fora e dentro dos Estados Unidos. A crise dos refugiados na Europa, a vinda dos jovens desacompanhados que atravessaram a fronteira dos Estados Unidos com o México no ano passado, o embate pela reforma imigratória nos EUA e, claro, a campanha presidencial de 2016.
Com a falta de ação do Congresso em relação à imigração, imigrantes e ativistas estão depositando suas esperanças no Papa Francisco, que chegou aos Estados Unidos no dia 22 para uma visita de seis dias a três cidades, e já falou sobre a imigração em seu primeiro discurso.
Inspiradas pelas mensagens do Papa sobre imigração, 100 mulheres caminharam 100 milhas em direção ao Pontífice para rezar por um mundo de compaixão e dignidade pelos imigrantes. O grupo, chamado “100 Women, 100 Miles”, marchou por oito dias, saindo da frente de um centro de detenção de imigrantes em York, na Pensilvânia, chegando ao destino, Washington, D.C., no dia 22 de setembro, mesmo dia da chegada do Papa. As
mulheres não pretendem ver o Papa, mas querem dar forças em sua mensagem aos imigrantes. “Sabemos que as palavras do Papa são poderosas. As pessoas não sabem o quanto sofremos, mas escutam as palavras dele”, disse Silvia Gonzalez, de 47 anos, uma empregada doméstica de Seattle que imigrou ilegalmente do México há 15 anos.
O Papa Francisco desembarcou em Washington, na tarde do dia 22, saudado pelo presidente Barack Obama, que raramente recebe líderes internacionais em pessoa, e já tocou no tema imigração em seu primeiro discurso, no jardim da Casa Branca, na manhã do dia 23.
Francisco começou seu discurso aplaudindo a história de imigrantes da Nação. “Como filho de uma família de imigrantes, fico feliz de ser um hóspede nesse país, que foi construído por imigrantes”, disse. “Eu estou animado por esses dias de encontro e diálogo, no qual eu espero ouvir e dividir muito das esperanças e sonhos dos americanos”.
No dia 24, o Papa discursará aos membros do Congresso, o que está deixando ativistas de imigração esperançosos de que o Congresso retome a discussão da reforma imigratória. Em Nova York, onde Francisco chega na tarde do dia 24, ele deve também se reunir com imigrantes, incluindo alguns que cruzaram ilegalmente a fronteira na esperança de conseguir asilo. No dia 26, o Pontífice se reunirá com famílias de imigrantes no Independence Mall, na Filadélfia, onde 50 mil pessoas deverão ouvir suas palavras sobre liberdade religiosa e imigração. “Ele viu o nosso fracasso em responder propriamente em relação a imigrantes e refugiados”, disse o representante Jim McGovern, D-Massachusetts.
Agenda Entre os compromissos do Papa nos EUA, ele discursará na sede das Nações Unidas e fará uma missa no 9/11 Memorial Museum, junto a líderes de outras religiões. No dia 25, ele fará uma procissão no Central Park, antes de realizar uma missa no Madison Square Garden, que deverá contar com a presença de 20 mil pessoas. Na Filadélfia, última cidade de sua visita aos EUA, o Papa realizará uma missa na Cathedral Basilica of Sts. Peter and Paul, pela manhã, antes de visitar o Independence Mall. O Pontífice volta para Roma no domingo, dia 27. Fonte: Washington Post e Huffington Post.