O empresário paulista Abel Pereira disse nesta segunda-feira que teve três encontros para tratar de documentos contra o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Em entrevista a jornalistas, ele disse que o primeiro encontro aconteceu em um shopping center em São Paulo, no início de agosto.
O segundo, de acordo com Abel Pereira, foi no dia 24 de agosto, dentro de uma loja em Cuiabá (MT). A loja, de acordo com Abel, é do ex-cunhado de Luiz Antônio Trevisan Vedoin – empresário acusado de operar o esquema de superfaturamento de ambulâncias na Saúde.
Abel contou ter percebido que o encontro foi filmado. Na opinião dele, as imagens serviriam para que Vedoin pudesse mostrar ao PT que havia alguém interessado nos documentos.
Apesar de dizer que não tinha interesse em comprar documentos contra o Mercadante, Abel Pereira contou ter ido ainda a um terceiro encontro para discutir o dossiê, em um restaurante também em Cuiabá. “Ele disse que tinha documentos importantes a respeito de alguns políticos do PT, a respeito do Mercadante”, afirmou.
Abel disse que não tinha interesse em comprar o dossiê e afirmou que estava em Cuiabá no dia 24 de agosto para tratar de assuntos de sua fazenda, no interior do estado e não exclusivamente para se encontrar com Vedoin.
Abel Pereira é investigado pela Polícia Federal sob a acusação de ter intermediado negociações entre a Planam e o ministério da Saúde na gestão de Barjas Negri.
No depoimento que concedeu à PF, Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam (a empresa acusada de liderar o esquema), apontou Abel Pereira como intermediário na liberação de verbas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri, que no governo de Fernando Henrique Cardoso foi secretário-executivo de José Serra e depois ministro da Saúde.
Agência Brasil