A agricultura especulativa é aquela que visa atender às flutuações do mercado externo. Tudo que é produzido é para ser exportado e em prol de um melhor lucro para os seus produtores. No Brasil, por exemplo, o agronegócio tem se expandido por meio das transnacionais, megaempresas de produção agrícola, que visam o mercado externo.
Como consequência, as atividades dessas grandes empresas estão expulsando os pequenos produtores de suas propriedades. As transnacionais atuam, principalmente, na cultura da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto.
Considerando a produção brasileira como uma produção primária referente às commodities, o que produzimos também é utilizado como especulação financeira nas bolsas de Nova York e de Tóquio para enriquecer as empresas internacionais do agronegócio.
Grupos de reivindicação popular e agrária, como o MST (Movimento Sem Terra), criticam programas de agroecologia implementados por essas grandes empresas. Segundo a opinião dos críticos, a produção de alimentos orgânicos é apenas um discurso de sustentabilidade para atrair mais consumidores e visibilidade para suas marcas.
Nos últimos anos, o excesso de especulação tem causado o aumento dos preços dos alimentos a níveis recordes, gerando problemas quando há secas e perda de colheitas, principalmente, em países com altos índices de desigualdade e pobreza.
Por outro lado, a modernização da produção de alimentos em nível internacional ajudou a humanidade a alcançar sete bilhões de pessoas no planeta Terra, além de outros fatores ligados à medicina.
Porém, o desenfreado avanço do agronegócio e das especulações para atender o mercado interno pode, em países que não monitoram a produção, gerar escassez de alimentos para o mercado interno, alta dos preços e perdas ambientais relacionadas ao desmatamento para abertura de solos cultiváveis, falta de água potável para a população e mudanças climáticas.
O mundo, com uma população que cresce exponencialmente, necessitará produzir mais alimentos, e para produzir precisará de mais empresas e terras cultiváveis, porém, caso a produção atenda somente às especulações internacionais, sem respeitar o meio ambiente e o acesso social ao alimento, teremos uma agricultura para atender mercados e não pessoas.

