Pela segunda vez consecutiva, o mundo da Fórmula 1 se curva diante do talento de Fernando Alonso. O espanhol, de 25 anos, que está de malas prontas para se transferir para a McLaren, assegurou neste domingo o título de Mundial de Pilotos pela Renault, vencendo a disputa contra o alemão Michael Schumacher (Ferrari), que está se aposentando. Se não tem o mesmo carisma de outros campeões, Alonso mostrou que é um piloto de grande técnica e com sorte nos momentos decisivos.
Alonso nasceu em 29 de julho de 1981, em Oviedo, na Espanha. Aos três anos de idade, ganhou um kart construído por seu pai, José Luiz Alonso, e no ano seguinte conseguiu a licença da Federação Espanhola. Aos sete, conquistou seu primeiro título, o do Campeonato Infantil das Asturias. Este foi apenas o primeiro de uma série tão impressionante que, em 1996, ele foi convidado pela Toyota para correr pela Fórmula 1.
O espanhol, no entanto, recusou o convite e só chegou à principal categoria do automobilismo em 2001. Ele foi contrato pela Renault, mas foi cedido à Minardi, onde trabalhou um ano como piloto de testes. Em seguida, voltou para a equipe francesa ainda como condição de piloto de testes. Mas, sob o comando de Flavio Briatore, estréia oficialmente na categoria em 2003.
Alonso então começa a quebrar seus primeiros recordes. Aos 21 anos, ele se torna o piloto mais jovem a conquistar uma pole position, feito realizadono dia 22 de março, no GP da Malásia. Ele se torna também o primeiro espanhol a conquistar um lugar no pódio e aos 22 anos vence a corrida da Hungria.
Em 2005, Alonso deixa de ser apenas uma promessa e passa a liderar a temporada. Ele leva vantagem em sua disputa contra Kimi Raikkonen, da McLaren, e conquista sete vitórias e chega aos 133 pontos, quebrando o recorde de Emerson Fittipaldi, tornando-se aos 24 anos o mais novo campeão da categoria de todos os tempos.
Apesar do sucesso, Alonso está longe de ser um dos mais bem pagos do circo da Fórmula 1. Assim, em meio às especulações de que poderia se transferir para a Ferrari, ele acertou sua transferência para a McLaren a partir de 2007. Muita gente chegou a pensar que ele não lutaria pelo bicampeonato pela Renault, mas desde o início da temporada de 2006, Alonso mostrou que era um sério candidato ao título.
Nas primeiras nove corridas, venceu seis e chegou em segundo nas outras três, abrindo 25 pontos de vantagem sobre Michael Schumacher, da Ferrari. A estratégia foi semelhante a do ano anterior, mas desta vez o alemão conseguiu reagir e o espanhol viu sua vantagem ser reduzida a pó no GP da China, quando o heptacampeão mundial assumiu a liderança.
Alonso perdeu o controle e passou a criticar a equipe e o companheiro Fisichella, que foi visto na festa de comemoração da Ferrari. Porém, quando tudo parecia perdido, a sorte sorriu para o espanhol no Japão. O carro de Schumacher quebrou, e Alonso venceu a prova e praticamente colocou a mão na taça. No Brasil, correu apenas para confirmar o seu título.
Sorte? Talvez, mas Schumacher também contou muito com ela para chegar aos seus sete títulos. E no mundo do automobilismo não basta contar com a eventual ajuda do destino para se chegar a um título mundial. É preciso talento, o que Fernando Alonso já mostrou que tem de sobra.
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