Os esforços da ala radical anti-imigrante do Partido Republicano em endurecer o tratamento aos ilegais nos EUA, ganharam mais espaço em novas e polêmicas votações ocorridas na Câmara de Representantes (equivalente à Câmara de DeputadosFederais, no Brasil. Sem nenhum pudor, tão logo tais medidas (que ainda não têm força de Lei e tudo leva a crer que não serão aprovadas pelo Senado) foram aprovadas, alguns de seus “patrocinadores” se apressaram a eapresentá-las como um de seus trunfos na busca de votos nas eleições do próximo dia 7 de novembro.
Os representantes (Deputados Federais) aprovaram, por 328 votos a favor e 95 contra, um projeto de lei que agiliza a deportação de integrantes de gangues e criminosos que sejam imigrantes e estejam em situação irregular. Não há como njegar que essa medida conta com grande apoio, até mesmo dentro da própria legião dos ilegais, que, em sua esmagadora maioria, é composta de pessoas honestas e que jamais cometeram crime algum.
Numa segunda, os legisladores aprovaram, por 237 votos a favor e 140 contra, uma medida que dá autoridade aos agentes municipais e estaduais que investiguem e detenham imigrantes ilegais. Essa sim, a mais polêmica, controversa e combatida de todas as propostas, pois dá um poder imenso de prisão e atuação como “agente imigratório” até mesmo aos guardas civís municipais. Essa medida é tão polêmica que enfrenta a resistência dos próprios agentes policiais de alguns estados. Eles alegam que a vigilância migratória é de responsabilidade do Governo Federal e que esse papel pode afetar dramáticamente sua atuação em comunidades onde a sensibilidade do tema é muito grande.
De concreto o que se vê é, lentamente, um processo de “fechamento do cerco” o que, na opinião de vários experts, é o “canto do cisne” no sentido de que teremos em breve a reforma imigratória, mas que antes disso, os republicanos querem expurgar ao máximo os ilegais que cometeram crimes. Parece uma proposta lógica, já que nenhuma pessoa de bom senso irá defender quem entre ilegalmente num país e aqui dentrol comete crimes que vão desde infrações de trânsito a assalto a mão armada, estupro e assassinato. Há milhares de imigrantes ilegais que estão nessa situação e não podem mesmo se beneficiar de beneplastos.
É a população imigrante indocumentada, honesta e cumpridora de seus deveres, que rpecisa ser “separada” desse pequeno segmento que, na verdade, corrompe todo o o esforço de mostrar uma face positiva da imigração ilegal nos Estados Unidos.
Nos últimos 5 anos uma série de fatores tem contribuído para que a sociedade norte-americana como um todo se colocasse, majoritariamente, como avessa aos imigrantes ilegais. Ainda que hajam inúmeros argumentos a favor da contínua entrada de mão de obra no país, os elementos negativos da presença de 12 milhões de indocumentados, foram mais explorados pelo sensacionalismo de parte da mídia e pelo pânico gerados pelos atentados terroristas.
Entretanto, pesquisas revelam, de forma consistente e contínua, que mais e mais norte-americanos distinguem o “bom” imigrante ilegal do “mau” imigrante ilegal. Isso, senhores, pode parecer até um posicionamento anti-democrático, mas na verdade, não podemos jamais fazer a defesa do ilegal criminoso. Seria como “punir” a grande maioria dos indocumentados que para cá veio unicamente em busca de uma vida melhor.
É preciso ter coragem para dizer que nós, imigrantes, legais ou ilegais, somos a favor de que todos os criminosos sejam punidos dentro do máximo rigor da lei. Sejam cidadãos norte-americanos ou imigrantes. Sejam legais ou ilegais.
O que assusta é que nessa onda de “separar o joio do trigo”, acreditando que essa seja em última análise a intenção da ala mais conservadora do Partido Republicano, muita injustiça e uso malévolo do poder venha a ocorrer, arrastando como “criminosos”, imigrantes que, por exemplo, tenham cometido uma simples infração de trânsito. É aí que mora o perigo de uma onda de prisões e deportações indiscriminadas, amparadas por uma Lei que não parece deixar claro que é o “bom” ilegal do “mau” ilegal.
Sabemos que há muitos imigrantes – alguns deles brasileiros – que agem dentro dos Estados Unidos como genuínos “bárbaros invasores”. Já trazem de seus países, seja que país for, um histórico de insolência, rebeldia, desrespeito às regras sociais e aqui nos Estados Unidos seguem agindo comos e estivessem “em casa”. Pior: mesmo ganhando dinheiro e sobrevivendo aqui dentro, não hesitam em criticar o país, o povo e suas instituições. Esse elementos são os grandes inimigos do imigrante indocumentado que aqui está com rspeito ao país que o acolhe e o alimenta. Eles elementos não merecem a oportunidade de serem legalizados e devem mesmo ser deportados o quanto antes. Lugar de criminoso é na cadeia, e em seu país de origem.
Infelizmente, na intenção real ou irreal dessas leis aprovadas em primeira instância para fazer a “limpeza” no cenário da imigração ilegal, reside o perigo de que a regra seja tratada como exceção e milhares e milhares de imigrantes decentes sejam arrolados como “criminosos”. Por isso, apesar de sermos favoráveis à punição e deportação de ilegais criminosos, estamos seriamente desconfiados dos resultados dessas propostas.