A indústria brasileira será impactada negativamente pela decisão dos Estados Unidos de sobretaxar o aço importado pelo paíse o governo brasileiro "não descarta" recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a questão, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Jorge de Lima ao G1.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para o país, atrás apenas do Canadá, e dentre os prejuízos estão os empregos que serão afetados com a medida, que deve atingir cerca de 100 mil trabalhadores brasileiros.
O ministro destacou, entretanto, que vai aguardar a publicação oficial da medida, que segundo indicou o presidente Donald Trump deverá ocorrer na próxima semana.
Trump disse na quinta-feira,1º, que seu governo vai definir tarifas de importação de aço e alumínio de 25% e 10%, respectivamente, na próxima semana.
Segundo Lima, antes de um eventual recurso na OMC, o governo buscará uma negociação diretamente com o governos dos EUA. "O secretário norte americano indicou que há possibilidade de recursos de países como o nosso", destaco o ministro, que se reuniu no final de fevereiro, em Washington, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, para defender que o aço brasileiro fique de fora de fora de uma sobretaxa.
As indústrias brasileiras e americanas são complementares, e não concorrentes, uma vez que cerca de 80% do aço exportado do Brasil para os EUA são de produtos semiacabados e que também são utilizados nas siderúrgicas de lá, aponta Lima.
O Brasil é também o maior importador de carvão dos EUA. "Carvão esse que é processado justamente para voltar na forma de semiacabados para os EUA”, lembra o ministro.
Em 2017, o Brasil exportou US$ 2,63 bilhões em aço para EUA, o equivalente a 33% das vendas brasileiras do produto para o exterior, segundo dados oficiais do MDIC. Além disso, o Brasil exportou no ano passado US$ 120,7 milhões em alumínio para EUA, cerca de 15% do total vendido para o exterior.
Com informações do G1 e Agência Brasil.