Uma saga de quase 10 anos
Adriana começou a ter sintomas em 2007. Primeiro uma dermatite, depois dores nas juntas, idas e vindas a médicos, e a sugestão de um diagnóstico de artrite reumatóide. Com o tempo, os sintomas só pioravam. Ela começou a sentir a garganta arranhando, como se algumas comidas ficassem “entaladas”, começou a sentir fraqueza, cansaço e dificuldade de fazer alguns movimentos, como agachar. Em junho de 2009, ela foi se tratar no Brasil. Quando chegou para uma consulta no Hospital das Clínicas em São Paulo, não deixaram que ela saísse do hospital. Conclusão: 28 dias de internação. O diagnóstico: dermatomiosite e doenças do tecido conectivo, ambas doenças autoimunes. Adriana então estava prestes a conviver com a ideia de que tinha uma doença autoimune e teria que tomar remédios pelo resto da vida. Em 2011, de volta aos EUA, resolveu engravidar e parou o tratamento. Durante três anos, ela mudou a alimentação e conseguiu, de certa forma, controlar a saúde sem remédios. Adriana teve dois filhos saudáveis. Mas em maio de 2016, seus sintomas voltaram a piorar. O médico então sugeriu que ela fizesse o teste da doença de Lyme. “Ele disse que meu caso de fadiga crônica e dores nas juntas era clássico”, relatou Adriana. “Foi dito e feito. Deu positivo para Lyme e me dei conta que meu diagnóstico foi errado todo esse tempo. Comecei a pesquisar e vi que essa doença é conhecida como a grande imitadora. A doença imita todas essas outras doenças como esclerose múltipla, lúpus, artrite e outras. Todas essas doenças autoimunes podem ser o Lyme mascarado”. Há um ano, Adriana está se tratando com uma médica especialista em Tampa. O tratamento é complexo e consiste no revezamento de diferentes antibióticos. Ao todos foram uns sete meses revezando diferentes tipos de antibiótico. “Acho que finalmente isso mudou meu quadro”, disse Adriana. “Aos poucos estou conseguindo me recuperar, mas ainda tenho muitas dores nas juntas”. Desde novembro o Lyme não aparece mais nos exames de Adriana. “Isso para mim já é um grande avanço, mas sei que é um longo caminho”.Casos
Em um comunicado em maio, o CDC alertou que casos de doenças transmitidas por vetores – aquelas causadas por vírus e bactérias transportadas por carrapatos, mosquitos e outros insetos – triplicaram no país de 2004 a 2016.Sintomas
Os sintomas e sinais da doença de Lyme variam e normalmente aparecem em estágios.Primeiros sinais e sintomas:
Uma bolinha vermelha pequena que aparece no local da picada de um carrapato. Isso é normal e não indica a doença de Lyme. No entanto, os seguintes sinais e sintomas podem ocorrer dentro de um mês da infecção: - Vermelhidão – De 3 a 30 dias após a picada, uma área vermelha pode se expandir, branca no centro, formando como se fosse um “alvo”. A marca (que se chama erythema migrans) se expande ao longo de dias e pode aumentar até 30 cm, mas sem dor o coceira. - Sintomas de gripe, como febre, calafrios, fadiga, dores no corpo e dores de cabeça podem acompanhar a vermelhidão. - Sintomas posteriores: se não tratados, os sintomas de uma infecção por Lyme podem aparecer dentro de semanas ou meses, o que inclui mais marcas vermelhas, dores e inchaço nas juntas ou problemas neurológicos, como meningite, paralisia temporária de um lado da face, fraqueza dos membros e comprometimento dos movimentos dos músculos. - Sintomas e sinais não tão comuns: - Várias semanas depois da infecção, algumas pessoas podem desenvolver problemas temporários de coração, como batimento irregular, inflamação nos olhos, inflamação no fígado e fatiga severa.