Um brasileiro que está apresentando a própria defesa no tribunal disse que quer mostrar aos jurados fitas de sexo e fotografias íntimas dele com sua esposa, para provar à justiça que não se casou somente para conseguir o Green Card. Mas ele aparentemente terá que esperar até que um juiz decida se esse tipo de evidência é apropriado ou não. As informações são do Sun Sentinel.
Mas Rogério Scotton, um corredor automobilístico profissional, tem mais problemas com a justiça além de ser acusado de mentir a autoridades da imigração sobre seu casamento. Em sua audiência do dia 23, ele pode mostrar algumas fotos em seu discurso de abertura da própria defesa. As fotos mostravam o corredor cercado de mulheres bonitas e com seus familiares.
Gesticulando para uma fotografia de si mesmo cercado por um bando de belas mulheres seminuas depois que ele correu em um evento em Atlanta, ele disse aos jurados que não tinha motivos para envolver-se em um falso casamento com uma mulher cubana para tentar obter o status de residente permanente dos EUA, como alegam os promotores.
"( Estou aqui para ) lutar pelos meus direitos , lutar pela minha vida, [ a ] voltar para a minha carreira de piloto ", Scotton, de 43 anos, que vivia em Boca Raton e Margate, disse aos jurados. "Espero que o júri tenha paciência comigo, pois estou um pouco emocionado. Isso destruiu minha vida. Você sabe o que é ser acusado?”, perguntou aos 15 jurados presentes. “Você fica desesperado para provar que não fez nada de errado".
Scotton - que não tem formação jurídica - está representando a si mesmo, com a ajuda do advogado Jason Kreiss. Ele diz que entrou em conflito com seis advogados de defesa que contratou anteriormente.
A promotora federal Bertha Mitrani disse aos jurados que processo criminal é sobre "mentiras, roubo e fraude".
Acusação
Scotton tinha um negócio on-line baseado em Boca Raton de envio de mercadorias ao Brasil. Ele oferecia taxas de frete extremamente baixas, disse a promotora, porque criou dezenas de contas fraudulentas com as empresas de transporte FedEx, UPS e DHL.
Ainda de acordo com a acusação, Scotton fingia que era um representante autorizado de grandes empresas, incluindo Amazon , Wal-Mart e Target para enviar itens de seus clientes sem nenhum custo para ele, defraudando as companhias de envio em milhões de dólares, disse Mitrani.
Além disso, Scotton também teria mentido às autoridades de imigração, dizendo-lhes que viveu com sua esposa cubana no sul da Flórida, disse Mitrani. "Isso não era verdade. Ele não estava morando com ela", disse ela.
Scotton também mentiu sobre o momento e as circunstâncias de sua última entrada para os EUA, alegando que era em 1992 em vez de 2008, disseram os promotores.
Defesa
Em sua defesa, Scotton alega ser vítima de retaliação por parte do Departamento de Justiça dos EUA e do setor de envio de mercadorias. Ele alegou que relatou que várias empresas, segundo ele, faziam o envio ilegal de drogas.
Embora os promotores e o juiz tenham dito em tribunal que não há provas para sustentar sua alegação, Scotton disse ter provas concretas.
A UPS concordou em pagar uma multa de $40 milhões de dólares para o governo americano no ano passado para resolver uma investigação federal de entregas feitas pela empresa para farmácias on-line ilegais, o Departamento de Justiça dos EUA e o Drug Enforcement Administration anunciaram no ano passado.
A UPS admitiu que seus empregados sabiam de farmácias on-line usavam a empresa para enviar substâncias controladas sem prescrições válidas, de acordo com reportagens da imprensa.
No dia 23, Scotton deu vários vídeos e centenas de fotografias e arquivos que ele quer mostrar aos jurados. O Juiz Distrital dos EUA, Robin Rosenbaum deu promotores até o dia 27 para rever os arquivos e disse que iria decidir, em seguida, se as fotos e vídeos são evidências adequadas.

