Exatamente às 2:05pm de quarta-feira, 13 de março, a tão esperada fumaça branca foi lançada da Capela Sistina, indicando a escolha do novo Papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio.
O cardeal protodiácono francês, Jean-Louis Tauran, às 3:14pm, proferiu a tradicional frase “Habemus Papam”, anunciando aos cerca de 1,2 bilhão de católicos do mundo - mais de 40% deles na América Latina - o nome do novo líder da Igreja Católica.
O conclave para escolher o sucessor de Bento XVI havia iniciado no dia 12, mas sem definição de um nome pelos 115 cardeais eleitores. Após quatro votações inconclusivas em pouco menos de 24 horas, a fumaça branca apareceu ao fim da quinta votação, para a alegria e emoção da multidão reunida em frente à capela.
O novo papa, de 76 anos, apareceu na sacada central da basílica de São Pedro cerca de uma hora depois do surgimento da fumaça branca, na pequena chaminé da Capela Sistina. “Rezem por mim”, disse, já vestido no traje branco de pontífice.
O cardeal argentino, que escolheu o nome Francisco I, em homenagem ao santo Francisco de Assis, é o primeiro Papa não-europeu em quase 1.300 anos - o 266º papa em dois mil anos de Igreja, e o primeiro latino-americano. Embora seja um conservador, é visto como um reformista, e não era citado em nenhuma lista de favoritos.
Em 2010, ele se manifestou enfaticamente contra o casamento homossexual, que ele descreveu como “uma tentativa de destruir o plano de Deus”.
Como substituto de Bento XVI, que renunciou repentinamente em fevereiro, ele também contrariou uma das principais suposições anteriores ao conclave - a de que o novo Papa seria relativamente jovem.
A escolha na opinião de brasileiros e argentinos
Para o argentino, Leandro DeLuca, que vive há 10 anos em Fort Lauderdale, a escolha de um Papa oriundo da Argentina não deixa de ser um orgulho para o país. “Não conhecia o cardeal escolhido e não sei se ele merecia estar lá, mas não deixa de ser um orgulho elegerem um Papa argentino”, diz Leandro, que é católico.Rogelio Suarez, natural de Buenos Aires, mas residente de Fort Lauderdale, é católico, mas não ficou muito animado com a eleição de Jorge Mario Bergoglio como o novo Papa. “Na época da ditadura, ele caminhou lado a lado com a repressão na Argentina, quando milhares de jovens eram mortos e a Igreja não interviu”, disse ele, que se autodenomina um crítico por natureza. “Além disso, se dizia que o novo Papa deveria ser mais jovem, com cerca de 60 anos, mas ele tem 75, o que mostra a diferença entre o que a igreja faz e fala”.
Mas Rogelio destaca dois pontos positivos. Um, pelo fato do novo papa não ser europeu, e sim latino-americano e, em segundo lugar, que ele é o primeiro Papa franciscano, o mais inovador. “Mesmo assim, mesmo em países com maior número de fiéis, como o Brasil e México, a Igreja Católica não tem mais a mesma influência”.
O brasileiro Luciano Nasso, que vive em Delray Beach, é mais otimista e acredita que “tudo foi muito bem pesado antes da escolha, e até mesmo a espirutualidade ajudou na escolha, a partir do nome humilde de Francisco”. “As expectativas são as melhores possíveis. A melhor carcterística que um Papa deve ter é ser um pastor acima de qualquer coisa. Essa será sua tarefa árdua, unir seu rebanho ao seio do Senhor”, defende.
Outro brasileiro, Heder Lacerda Auler, de Miami, também mostra entusiasmo com a escolha do novo Papa. “A América Latina se fortificará com seu primeiro Papa latino”. *Com informações da “Reuters”.

