O arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo Majela Agnelo, que fará 80 anos em outubro, se prepara para o seu segundo conclave. Antes de viajar a Roma, no dia 25 de fevereiro, para os dias de reflexão e oração para a escolha do sucessor de Bento XVI, Dom Geraldo respondeu algumas perguntas ao GAZETA, sobre o a responsabilidade dessa missão.
Dom Geraldo e outros quatro brasileiros estão no grupo de 117, cardeais com menos de 80 anos de idade, encarregados de escolher o novo Papa. São eles: Dom Odilo Scherer, 63 anos, Dom Claudio Hummes, 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo, Dom João Braz de Aviz, 64 anos, que ocupa um alto cargo no Vaticano, e Dom Raymundo Damasceno, 76 anos, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB.
Gazeta Brazilian News - Vejo que o senhor está entre os cinco brasileiros no grupo de cardeais com menos de 80 anos, encarregados de escolher o novo Papa. Como é este processo e como o senhor se sente com tamanha responsabilidade?
Dom Geraldo Majela Agnelo -
O Conclave é tempo de muita oração e reflexão pessoal, além da Santa Missa e da Liturgia das Horas. A responsabilidade de votar é grande, deve ter, diante de Deus, a responsabilidade de pedir que suscite alguém que busque a Sua glória no bem da Igreja.GBN – O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, é um dos nomes cotados para substituir o novo Papa. Acha que temos chances, no momento, de vermos o primeiro papa brasileiro?
Dom Geraldo -
Dom Odilo tem muitas qualidades que o fazem procurar o bem da Igreja no momento de muitos desafios para o anúncio do Evangelho e a disposição dos fiéis viverem e testemunharem seu batismo. Não tenho previsões de mais “chances” desse ou daquele. Não é um ato político, mas de pedir ajuda de Deus para que chame aquele que for do seu desígnio.GBN – Existe outro candidato brasileiro que poderá ser escolhido como Papa?
Dom Geraldo -
Não adianta alguém ser apresentado como candidato. O desígnio de Deus não recai sobre a naturalidade deste ou daquele país, como preferência de Deus.GBN - Falou-se muito da possibilidade ou necessidade de que o novo papa seja menos conservador para que a Igreja enfrente as dificuldades modernas e mesmo por mais aproximação com seus fiéis. Como o senhor vê isso?
Dom Geraldo -
Todo Papa deve ser conservador em obedecer ao que Cristo ensinou para ser vivido pelo cristão. O que aproxima o Papa do verdadeiro cristão é a sua fidelidade para indicar o caminho do cristão no seguimento de Cristo.GBN - Qual foi a sua reação à renúncia do Papa Bento XVI? Era algo que o senhor esperava?
Dom Geraldo -
Além da possibilidade sempre existir, não esperava que fosse desta vez que acontecesse. Bento XVI foi um grande Papa. Pode confirmar os que procuram seguir a Cristo Jesus, na sua fé, esperança e caridade, reconhecendo as qualidades dos outros.
