Ser lembrado pelos adversários como extremista não tira a confiança de Keith Ellison em se tornaro primeiro muçulmano no Congresso dos Estados Unidos.
Se realiazar essa façanha, ao ser eleito para a Câmara de Representantes no dia 7 de novembro, vai se tornar, também, o primeiro parlamentar negro por Minnesota, um Estado de população de maioria branca.
Para Keith Ellison, 43, a questão sobre ser rotulado como primeiro muçulmano ou primeiro negro, não o agrada. O candidato lamenta que o interesse voltado para sua religião possa tornar inaudível seu programa, baseado na defesa dos mais pobres, numa cobertura integral do atendimento à saúde, no desenvolvimento das energias renováveis e na retirada dos soldados americanos do Iraque.
Nascido em Detroit (em Michigan, norte dos EUA) em uma família católica, Keith Ellison converteu-se ao Islã aos 19 anos, estando ligado, por 18 meses, ao Nation of Islam, o movimento negro radical de Louis Farrakhan em meados da década de 1990. Como advogado, admite e lamenta, hoje, o caráter anti-semita e contra os brancos deste movimento e se apresenta como muçulmano moderado prestes a trabalhar com pessoas de qualquer religião ou origem.
Os opositores à sua campanha o acusam de extremista. Um político republicano de Minnesota disse recentemente que Keith Ellison, que se apresenta com as cores democratas, era próximo da extrema esquerda e que, como advogado, defendia prioritariamente os matadores de policiais.
Keith Ellison denuncia a política do governo de George W. Bush, se opõe aos que falam em choque de civilizações e lembra que os muçulmanos (cerca 4 milhões de pessoas são muçulmanas nos Estados Unidos) têm as mesmas aspirações partilhadas por todos os americanos: ter uma boa educação, criar uma empresa, ter um lugar de culto.