O prefeito de National City, no condado de San Diego, decidiu não perseguir nem expulsar imigrantes indocumentados.
Nick Inzunza, prefeita de National City, a apenas 15 quilômetros da fronteira com o México, não vê nenhuma contradição entre sua obrigação de respeitar a lei e declaração informal da cidade como santuário de imigrantes que, segundo ele, não serão perseguidos pela polícia nem muito menos expulsos das ruas.
- O que temos feito é algo constitucional. Penso que temos a obrigação moral de defender os nossos concidadãos – disse Inzunza.
Com sua iniciativa, Inzunza colocou National City no olho do furacão do debate imigratório que ocorre nos EUA. Qualquer imigrantes é bem vindo na cidade, e nenhuma autoridade local o perguntará sobre seu status legal.
Mais simbólica do que qualquer outra coisa, a iniciativa do prefeito gerou não apenas críticas de grupos antiimigrantes, como também manifestações contra e a favor, nunca vistas antes na história da pequena cidade fronteiriça de maioria latina.
A declaração da cidade como santuário implica que a polícia de National City não destinará fundos ou outros recursos policiais para interrogar, perseguir ou deter imigrantes sem documentos.
Ao mesmo tempo será também aceita a chamada matrícula consular – documento emitido pelos consulados mexicanos – como meio de identificação. Ambas políticas, na verdade, já eram aplicadas antes da iniciativa. Para os grupos antiimigrantes, no entanto, esta medida está fora da jurisdição da prefeitura, e viola as leis sobre imigração.
- Acreditamos que a grande maioria das pessoas em National City e no contado de San Diego não quer isso – disse Jeff Schwilk, integrante da organização Minutemen, que tornou-se referência no movimento contra os imigrantes latinos. “Algumas pessoas vêem na delcaração da cidade santuário como uma burla às leis – disse.
National City tem cerca de 55 mil habitantes dos quais mais de 60% são latinos. Nela predomina a maioria do Partido Republicano, e até os políticos latinos são extremamente cuidadosos com temas como imigração. O prefeito é uma das exceções.
“Eu represento esta área e não San Diego. Tenho clareza de quem sou e de onde venho. Sou o único político latino que está abertamente em favor dos imigrantes – afirma.
Opositores do prefeito afirmam que a declaração da cidade como santuário foi um gesto político, uma vez que ele afasta-se do cargo em novembro, quando encerra-se sua gestão. “A declaração foi desnecessária e irresponsável”, disse Ron Morrison, membro do Conselho Municipal e proprietário de uma loja de eletrodomésticos.