Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, disseram ter encontrado um elo entre genes e sintomas de esquizofrenia.
De acordo com eles, pessoas portadoras de uma variação de um gene - conhecido como gene da neuregulina - têm uma maior probabilidade de desenvolver sintomas psicóticos.
A pesquisa, publicada na revista especializada Nature Neuroscience, pode, possivelmente, levar à criação de novos tratamentos.
Fez parte do estudo o acompanhamento de 200 jovens, todos com alto risco de desenvolver esquizofrenia, durante dez anos.
Acredita-se que a esquizofrenia ocorra em famílias, e todos os jovens incluídos no levantamento tinham dois ou mais parentes com o mal.
Eles tinham entre 16 e 25 anos de idade no início do estudo, em uma época em que seus sintomas tinham maior probabilidade de se desenvolver.
Para se chegar aos motivos do porquê certas pessoas desenvolvem o problema e outras não, os cientistas entrevistaram os voluntários, mapearam seu cérebro, submeteram-nos a testes psicológicos e análises genéticas.
Após essa primeira etapa foi descoberto que os voluntários portadores de uma variação do gene da neuregulina tinham uma probabilidade muito maior de desenvolver sintomas psicóticos associados à esquizofrenia, tais como paranóia e ouvir vozes.
Exames de mapeamento do cérebro mostraram que os jovens que eram portadores da variante do gene têm maior probabilidade de mostrar atividade cerebral anormal nas regiões frontal e temporal - áreas freqüentemente associadas à esquizofrenia.
Outros estudos descobriram que a variação do gene está envolvida no "ligar" e "desligar" de um gene associado ao desenvolvimento cerebral.