O quarto americano afetado pelo Ebola na Libéria foi confirmado no dia 2 e ele chegou aos Estados Unidos para tratamento no dia 6 pela manhã para ser submetido a tratamento no Centro Médico da Nebraska.
Ashoka Mukpo, de Rhode Island, de 33 anos, era cinegrafista freelancer e trabalhava na Libéria para a NBC News. Ele estava em observação desde o dia 1º em um centro de tratamento contra o ebola, chefiado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), a leste da capital liberiana.
O Centro Médico de Nebraska é, atualmente, um dos poucos estabelecimentos americanos com capacidade para receber pacientes afetados pelo ebola, e já atendeu e curou um médico que tinha sido contaminado por esta febre hemorrágica na Libéria. Este é o primeiro jornalista estrangeiro afetado desde o início da epidemia, que matou vários jornalistas locais.
Mukpo "está de bom humor" e, como indício positivo, consegue comer e beber sem ajuda, afirmou a jornalista especializada em temas médicos da NBC News, Nancy Snyderman.
A presidente da NBC News, Deborah Turness, afirmou na semana passada que os integrantes da equipe que trabalhava com Ashoka Mukpo também seriam repatriados e colocados em quarentena, embora nenhum deles apresentasse sintomas da doença até o momento.
No total, seis americanos foram infectados no oeste da África com o vírus ebola, cinco dos quais foram repatriados. O sexto, Patrick Sawyer, que também tinha nacionalidade liberiana, morreu em julho na Nigéria, após viajar para a Libéria.
A Libéria é o país mais afetado pela febre hemorrágica e concentra aproximadamente dois terços dos 3.300 mortos por ebola na África ocidental.
Monitoramento
Oficiais federais e companhias aéreas iniciaram uma discussão de aeroportos devem passar a monitorar passageiros para tentar identificar quem pode ter Ebola, mas a Casa Branca disse, no dia 6, que banir viagens saindo dos países do oeste da África iria desacelerar a luta contra o vírus mortal.
“Estamos tentando rever as medidas de monitoramento”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. Mas oficiais não querem impedir o transporte para e desses países, pois isso impediria o envio de equipamentos e profissionais para os países mais afetados.
Um grupo ligado às companhias aéreas dos Estados Unidos disse que iria se reunir com oficiais ligados a saúde e segurança no dia 6 para discutir se novas formas de monitoramento de saúde poderão ajudar a melhorar os já existentes.
Pessoas saindo de países afetados pelo Ebola devem preencher um questionário com questões sobre sintomas, como febre e se tiveram algum contato com alguém que foi diagnosticado com a doença.
O liberiano Thomas Duncan, que viajou para os EUA, passando por Bruxelas depois de ajudar uma mulher que mais tarde morreu de Ebola – está lutando por sua vida em um hospital de Dallas.
Oficiais disseram que nenhuma das 10 pessoas que estavam sendo monitoradas depois de ter contato direto com Duncan mostraram sinais da doença. O Ebola, que pode causar febre, vômito e diarreia, é espalhado pelo contato com fluidos corporais, como saliva e sangue.
O Texas Health Presbyterian Hospital disse no dia 6 que Duncan continua em estado crítico e que está recebendo um medicamento que está sendo investigado, o brincidofovir, desenvolvido pelo Chimerix Inc.