O medo é uma emoção básica, que coloca o nosso organismo em sobreaviso e o prepara para fugir e/ou defender-se perante a percepção de perigo. A maioria das crianças passará por algum sintoma de medo, durante a sua infância, em especial as meninas que, no entanto, têm maior facilidade em ultrapassá-lo. Esta maior facilidade estará, provavelmente, ligada a uma maior capacidade em exteriorizar sentimentos e emoções que, em consonância com a ajuda dos pais, lhes possibilita uma melhor compreensão dos seus sentimentos, e leva a uma procura mais eficaz de estratégias para lidar com os mesmos.
Desta forma, ao falarmos de medos, devemos encará-los enquanto emoção saudável, com uma função adaptativa: alertar para os perigos que rodeiam.
Os medos estão ligados a etapas específicas do desenvolvimento. Apesar de serem tarefas desenvolvimentais que terão de ultrapassar, o modo e a intensidade com que os sentem varia de criança para criança, de acordo com a sua personalidade, a dos pais, entre outros fatores. Com o crescimento e correspondente maturação cognitiva e emocional, a criança, com a colaboração dos pais, vai encontrando estratégias eficazes para lidar com os medos, pelo que, na sua maioria, acabam por desaparecer.
É comum ver uma criança com medo de bichos. Ela pode ficar com receio, principalmente com relação aos insetos. “Os pais não podem achar que isso é manha”, orienta a psicóloga Vera Zimmermann. Esse tipo de pânico costuma aparecer nas crianças entre 1 e 5 anos. Nessa fase, elas estão descobrindo o mundo.
Se não for tratado, o problema pode se estender por toda a vida. Descubra se seu filho tem medo de animais e saiba como ajudá-lo a superar essa situação.
5 passos para acabar com o pavor de animais
1. Mostre que você está presente
Tente acalmar a criança. Mostre a ela que não há perigo em ficar perto do bicho. Nunca a chame de medrosa ou covarde.
2. Vá devagar
Nada de obrigar seu filho a gostar de bicho. Passe filmes que mostrem a amizade entre crianças e animais, leve-o ao zoológico e dê colo sempre que ele demonstrar medo.
3. Encoraje-o a ir se aproximando
Você pode ir a uma pet shop ou trazer um filhote de cão ou gato pra casa e ficar por perto, enquanto seu filho se aventura a tocá-lo. Elogie a criança nos sucessos.
4. Não provoque o medo dele
Às vezes, os pais passam para a criança o medo que sentem de bichos como ratos, aranhas, baratas, gatos ou cachorros. Ao intimidar a criança dizendo “Cuidado, ele pode morder!” ou “Fique longe, porque ele arranha”, você cria um medo imaginário, que assusta muito mais.
5. Depois de um incidente, calma
Picadas, mordidas e arranhões são comuns no contato com animais. Não demonstre pavor se tiver de lidar com algum ferimento em seu filho. Ensine à criança como brincar com o animal, mas não exagere no perigo. Assim, o pequeno vai se sentir seguro para tentar outra vez.
Ter medo, dentro de certos limites, é normal em algumas fases da vida. Só não é saudável quando é muito exagerado, a ponto de se tornar uma fobia - nesse caso, só um especialista pode ajudar. “Um dos primeiros medos do bebê é do escuro. Ele pensa que o que não está em seu campo de visão não existe, logo o escuro representa o nada e, particularmente, a perda dos pais.
Quando essa fase passa, a criança transfere seu medo para outras coisas, que podem ser imaginárias, como monstros, ou reais, como um animal”, explica a psicalianlista Priscila de Faria Gaspar.
O importante é nunca forçar a criança a enfrentar o medo se ela não estiver preparada. Se ela tem medo de escuro, deixe alguma luz acesa quando ela for dormir. Compre um abajur bem bonito, com desenhos e colorido. Mas, evite as cores quentes, como vermelho e laranja, que deixam a criança ainda mais agitada. Prefira o azul, o verde ou o violeta, que ajudam a relaxar. Se o medo é de um animal, é preciso fazer uma aproximação gradativa. “Faça com que seu filho primeiro tenha contato com um filhotinho, que é menos amedrontador”, ensina a psicanalista.

