Pesquisa divulgada pelo governo americano mostra o impacto da recessão
sobre a população do país. Número de casamentos e pessoas com casa própria
também diminuiu.
A crise econômica deixou os Estados Unidos menos atraentes para os imigrantes. Pela primeira vez desde 1970, a quantidade de estrangeiros morando nos Estados Unidos caiu. A informação faz parte do relatório
da American Community Survey, uma pesquisa anual por amostragem semelhante à PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) brasileira.
Entre 2007 e 2008 (ano em que a pesquisa foi realizada), a redução no número de imigrantes foi de cerca de 100 mil pessoas. Apesar de representar pouco em relação à quantidade total de estrangeiros (37,9 milhões, em uma população de 307 milhões), a queda é mais um sinal da gravidade da recessão no país. Em crises anteriores, a imigração não havia sido afetada.
Segundo os pesquisadores, o aumento no desemprego no país espantou os imigrantes. As maiores quedas foram registradas entre os mexicanos e canadenses.
Os efeitos da recessão também aparecem em outros indicadores da pesquisa,
como a porcentagem de pessoas com casa própria, que caiu para 66,6% - o menor nível desde 2002. O motivo teria sido o aumento na execução de hipotecas de alto risco, que levou muitos a perderem suas casas por não conseguirem pagar as prestações.
A crise também afetou a vida sentimental dos americanos. Com as incertezas
da economia, muitos decidiram adiar o casamento, o que resultou na maior taxa de solteiros em toda a década. Em 2008, a porcentagem de pessoas com 15 anos ou mais que nunca se casaram chegou a 31,2%, contra 27% registrados em 2000.
Como os números são referentes ao ano passado, a pesquisa ainda não reflete todos os efeitos da crise sobre a população. Para os analistas, a expectativa é que novas reduções apareçam nos resultados do próximo levantamento.