Jana - Como foi a sua trajetória até o Cirque Du Soleil? Conta pra gente.
Fred -
Começei minha carreira com 8 anos de idade fazendo capoeira. Com 12 anos, fui convidado pelo técnico do Grêmio Náutico União – o mesmo clube da Daiane Santos que era da ginástica artística – e me conviou para fazer ginástica olímpica. Depois de muito treino, eu passei a fazer parte da equipe principal e ir a várias competições nacionais e internacionais. Quanto eu tinha 15 anos, eu vi pela primeira vez uma apresetanção do Cirque Du Soleil, o espetáculo Alegria, em Porto Alegre, e ai eu disse pra minha familia: “um dia, eu quero estar ali.” Cinco anos atrás, eu mudei para a equipe ASA em São Bernardo do Campo e começei a me destacar mais no campeonatos estaduais e nacionais. Em uma dessas competições, um olheiro do Cirque Du Soleil, o Marco Antonio Bortoleto, me viu e disse que eu tinha o perfil que o cirque estava buscando. Isso aconteceu 3 anos atrás. No final de 2015, eu estava querendo parar com a ginástica porque estava meio em dúvida porque não fui selecionado para as Olimpíadas. Ai, fui de férias para Porto Alegre e resolvi entrar em contato com o Marco. E por coincidencia ele estaava procurando artistas e acrobatas para um novo show do Cirque, E foi assim que acabei chegando em Toronto.Jana – Você está em Toronto ou Montreal?
Fred –
Agora, eu estou em Toronto. Mas eu fiquei 6 meses em Montreal no processo de criação e produção. E agora que está fazendo um ano que deixei o Brasil, vou estar em Miami para o show.Jana – Como você está sentindo com tudo isso?
Fred –
Muito bem! Meu sonho de criança sendo realizado.Jana – Como foi a sua adaptação e a transição de ginástica para acrobata do Cirque Du Soleil?
Fred –
Tive que lidar com as saudades da família e dos amigos. Muito frio por aqui. Achava que Porto Alegre que fazia frio, mas aqui é um absurdo, menos 20, menos 30. Foi a primeir avez que eu vi neve. Eu também cheguei sem falar nada de inglês, tinha um tradutor nas aulas, mas tinha que me virar quando ia comprar algo ou sair. Aqui nessa produção são 17 nacionalidades diferentes de artistas e eu fiquei que em “choque” realmente... muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Uma coisa nova que eu também aprendi a fazer, foram as argolas no balanço, que é diferente da ginástica.Jana – Vocês vão viajar somente par Miami?
Fred –
Não, vamos viajar por todo os Estados Unidos durnate 1 ano.Jana – O que vamos ver no VOLTA?
Fred –
O show é bem eletrizante, bem família. É para todas as idades e é bem atual porque lida com o celular, a tecnologia, com o “free speech” para renovar o mundo e trazer bastante cor e alegria. Bem acrobático com parkour, com bicicletas... a história é de um cara que era tímido e não era muito bom na escola e ele consegue transformar a sua vida encontrando outras pessoas do bem e vira uma pessoas melhor no final do espetáculo. Um show muito feliz!Jana – Além de você, tem mais algum brasileiro no espetáculo?
Fred –
Sim! Tem mais dois, o André e a Danila. O André faz o parkour e argola, ele também era ginasta e tem uma história parecida com a minha. E a Danila que faz um solo. Ela fica suspensa pelo cabelo e faz seu número... que é impressionante.