Ouvi aqui e ali de algumas imobiliárias de Miami que a alta do dólar está atrapalhando seus negócios. Alta esta que está acontecendo em relação a todas as moedas, não só com o Real. Achei estranho e, para minha surpresa, noite dessas li uma pesquisa que dizia que as vendas de imóveis para brasileiros subiu 26% apesar da moeda americana ter disparado. O mesmo ocorre com investidores europeus da zona do Euro.
Quem compra imóveis por aqui, além de ter uma boa quantia, normalmente, tem seu dinheiro bem protegido. Variação cambial afeta, mas não inibe suas intenções. O problema citado acima deve ser pontual das três empresas com quem conversei. Duas especializadas em atendimento a brasileiros e outra a europeus.
Qual será a hora certa de investir? Bem, o que aprendi na vida é que investimento em imóveis normalmente é bom. Ainda que jamais tenha feito investimentos nesse setor – eu gosto mesmo é de negócios –, isso é apenas uma visão pessoal. Como profissional, sempre que me perguntam, recomendo porque entendo ser um investimento sólido. Literalmente.
Talvez, uma análise mais profunda deva ser feita sobre essa posição agressiva dos brasileiros nesse segmento: será que isso não seria um sinal de que haverá uma debandada do país? É o que me parece, o Brasil está ruindo em todos os setores.
Por essas e outras razões é que o dinheiro está saindo de lá. O lugar mais óbvio é Miami, a porta de entrada dos Estados Unidos para a população da América Latina. A única coisa que vejo de mau nisso é que há, proporcionalmente, poucas empresas chegando, ou melhor, elas até chegam, mas só no papel, porque as usam para obtenção de vistos. Não sei por qual motivo os brasileiros têm medo do mercado americano. Na verdade, todo mundo quer vender aqui, mas poucos têm coragem de transformar esse desejo em um objetivo e investir como se deve.
Repito, acho excelente investir em imóveis, mas será que não passou da hora de entrar com produtos e marcas nesse mercado, que é o maior do mundo? Será que não dá para empreender de verdade e não fazer aquelas vendas internacionais insignificantes via “sacoleiras ao contrário”? Sim, isso existe. Pessoas trazem produtos brasileiros para vender aqui. Nada contra, pelo amor de Deus. Todo mundo tem que pagar suas contas, mas anos e anos de investimentos no Brasil, um dos piores lugares desse planeta para se ter um negócio, e aí entregam as “exportações” em mãos erradas? É isso mesmo que esses empresários querem fazer com suas marcas? Ora... francamente, amadorismo tem limite!
Tantas empresas fazendo um trabalho excelente no Brasil, fico imaginando quanto venderiam por aqui, onde há consumo de verdade, se desembarcassem com o profissionalismo na mala. Falam que devemos aprender com os erros, mas eu sempre lembro os meus clientes que devemos aprender também com os acertos... Que repliquem as fórmulas de sucesso.

