A economia dos Estados Unidos perdeu força em setembro, mostraram dados na quarta-feira(4), aumentando as apostas de que é pouco provável que o Federal Reserve eleve a taxa de juro novamente e que pode reduzi-la no próximo ano para dar nova energia para a economia.
O crescimento do setor de serviços norte-americano desacelerou para seu patamar mais baixo em mais de três anos em setembro, enquanto dados do setor privado sugeriram que as companhias estavam contratando trabalhadores no último mês de forma consistente, mas nada espetacular. Além disso, outro relatório mostrou que as encomendas à indústria ficaram praticamente estagnadas em agosto.
O índice de atividade do setor de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) caiu para 52,9 em setembro, ante 57 em agosto.
Essa foi a menor leitura do indicador desde abril de 2003, quando a confiança nos negócios recuou por conta do início da guerra do Iraque.
“Este (ISM) mostra o que já sabíamos sobre a economia, ou pelo menos sobre o segmento de serviços - de maneira geral ele está perdendo força à medida em que caminhamos para o quarto trimestre”, afirmou Hugh Johnson, chefe de investimentos da Johnson Illington Advisors, em Albany, Nova York.
Economistas esperavam uma leitura de 56 para o índice em setembro. Um dado acima de 50 indica expansão no setor.
O setor de serviços responde por cerca de 80 por cento da economia. No início da semana, o ISM informou que a expansão no setor manufatureiro também desacelerou no mês passado.
Crescimento de emprego moderado
Um relatório sobre empregos da ADP informou que o setor privado agregou 78 mil postos de trabalho em setembro, abaixo do avanço de 107 mil em agosto e da estimativa média da Reuters de um aumento de 110 mil.
O documento foi o dado mais recente que sugere que as contratações estão desacelerando para um patamar abaixo da tendência. Por outro lado, o componente sobre o emprego no setor de serviços do ISM subiu para 53,6 ante 51,4 em agosto.
Outro dado divulgado na quarta-feira(4) mostrou que as encomendas à indústria permaneceram estáveis em agosto, depois de uma queda de 1 por cento em julho. Analistas consultados pela Reuters esperavam uma queda de 0,2 por cento para o indicador.
O mercado imobiliário também pode estar dando sinais de estabilização, ajudado pela recente queda nas taxas de hipoteca.
O índice da Associação de Bancos de Financiamento Imobiliário sobre empréstimos para aquisição de imóveis subiu 7,6 por cento, para 404,6 na semana encerrada em 29 de setembro, sua maior leitura desde julho.