Numa visão técnica, a composição biológica num aterro de resíduos se refere a disposição de resíduos e água que geram gases e chorume. Nesse tipo de aterro, a matéria orgânica realiza processo decomposição por dois processos:
Decomposição aeróbia: processo verificado no período normal de decomposição do próprio resíduo. Decomposição anaeróbica: redução do O2 presente no material dos resíduos.
A composição do biogás nos aterros sanitários indica a existência de diferentes tipos de gases, os encontrados em maior quantidade são o metano e o dióxido de carbono. No conjunto de gases podemos afirmar a existência do metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), amônia (NH3), hidrogênio (H2), gás sulfídrico (H2S), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).
O metano e o dióxido de carbono são oriundos da decomposição anaeróbica dos materiais biodegradáveis dos resíduos orgânicos, porém, a produção do chamado biogás depende de fatores como a composição dos resíduos dispostos, umidade, tamanho das partículas, temperatura, pH, idade dos resíduos, projeto do aterro e sua operação.
Considerando pesquisas recentes, a substituição dos tradicionais lixões por aterros sanitários poderá aumentar a emissão de metano no país. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões brasileiros devem ser substituídos por aterros sanitários até o ano de 2014, permitindo uma destinação mais adequada ao lixo produzido no país.
Porém, haverá aumento da emissão de metano na atmosfera, fator que incentiva o reaproveitamento desse gás para a produção de eletricidade, caso esse gás não seja integralmente aproveitado para essa finalidade, o país se comprometerá com as suas metas de redução de gases de efeito estufa.
O metano é 25 vezes mais potente do que o CO2 no contexto do efeito estufa. Considerando os dados da GMI (Iniciativa Global do Metano), a concentração do metano tem aumentado nos países desenvolvidos nos últimos 260 anos, e o aumento se intensificou a partir de 2007, causado pelo crescimento do descarte de resíduos sólidos e de atividades relacionados à agricultura e pecuária.
Caso o Brasil aproveite todo o metano dos aterros sanitários, o país terá potencial de produção elétrica de 280 megawatts de energia, o suficiente para abastecer uma população de 1,5 milhão de pessoas.
