As autoridades americanas mantiveram o escândalo em segredo até a semana passada.
Uma importante firma médica fez um “recall” discreto de centenas de produtos à base de tecidos humanos, destinados para uso em transplantes, que foram fornecidos por uma corretora de partes humanas que, acredita-se, que tem histórico nada recomendável.
A corretora da Carolina do Norte usou uma sala de embalsamamento não-esterilizada para abrir dezenas de cadáveres em busca dos tecidos, denunciou o diretor de uma funerária.
O FDA, órgão governamental encarregado de supervisionar alimentos e remédios nos EUA, fechou a firma, mas se recusa a dizer quantas pessoas podem ter recebido os tecidos possivelmente contaminados.
Trata-se do segundo escândalo, em menos de um ano, no crescente mercado de transplantes de tecidos. Tecidos de cadáveres são usados em mais de um milhão de transplantes a cada ano só nos Estados Unidos, em operações de rotina como reparos a dano no joelho.
Tecidos processados ou testados de forma inadequada podem levar a infecções como hepatite e aids. Em 2005, um escândalo estourou em torno da empresa Biomedical Tissue Services, de New Jersey, acusada de roubar corpos e distribuir mais de 20.000 pedaços possivelmente contaminados.
As autoridades americanas mantiveram o escândalo da Carolina do Norte em segredo até a semana passada, quando a FDA fechou a corretora Donor Referral Services, afirmando que a companhia apresentava “graves deficiências” no processamento, na seleção dos doadores e na manutenção de registros.
Mas desde 6 de julho que a companhia AlloSource realiza um “recall” de cerca de 300 tecidos fornecidos pela Donor Referral.