A busca pelo significado de um das mais tradicionais brincadeiras infantis brasileiras, a clássica Escravos de Jó, é um dos focos da exposição Nossa Vida Bantu, em cartaz no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), no centro da capital fluminense.
Na instalação, a artista Aline Motta sugere que Jó não foi um traficante de pessoas ou religioso, como o senso comum chegou a afirmar.
Na primeira sala da exposição, a artista projeta representações de pessoas escravizadas, jornais da época e palavras bantu, em círculos, uma vez que elementos rítmicos circulares são típicos da cultura afro-brasileira.
"A intenção foi resgatar uma cultura que está entre nós, que permanece, mas que, de certa maneira, houve sobre ela poucos estudos e inflexões intelectuais, entendendo que a cultura nagô e iorubá foi muito mais estudada, representada na literatura e no teatro", explicou Marcelo Campos, curador-chefe do MAR. "Vamos resgatar, trazer para o centro a cultura bantu que é africana, sobretudo da África central, mas sobre a qual falamos pouco”, completou. A cultura bantu mencionada por ele se refere a Angola e Moçambique, por exemplo.