Já em cartaz no cinemas de todo o país, o drama Unforgettable, com as atrizes Rosaro Dawson e Katherine Heighl. Quando o casamento entre David e Tessa termina, ele fica com a casa e com a guarda da filha pequena. Tessa, furiosa com a situação, descobre que ele já está envolvido com uma nova mulher, Julia, uma vítima de abuso por parte do ex-marido. Enquanto Julia se adapta à vida de madrasta, Tessa bola um plano para sabotar a nova namorada de David e retomar o relacionamento. Também estão no elenco Geoof Stults, Isabella Kai Rice, Cheryl Ladd, Whitmey Cummings, entre outros. Na direção, Denise Di Novi, primeiro longa da experiente produtora. O roteiro foi escrito por Christina Hodson e David Leslie Johnson.
Durante a coletiva de imprensa, resolvi que o destaque seria dado para a atriz Rosario Dawson. Com uma carreira promisora e com personagens memóraveis nas telas grandes e pequenas, Rosario já está nessa estrada há duas décadas. Sua estreia nos cinemas foi em Kids, de 1995, do aclamado diretor Larry Clark e, depois disso, foram dramas, comédias, ação: Sin City, de 2005; Sin City: A Dame to Kill For, de 2014, Rent, de 2005; Seven Pounds, de 2008; Top Five, de 2014; só para mencionar alguns. Atualmente, você pode assisti-la na pele de Claire Temple, uma enfermeira forte e atenciosa que coloca sua vida em risco para ajudar os superheróis machucados no universo Marvel, nas séries do Netflix, Daredevil, Jessica Jones, Luke Cage, Iron Fist e The Defenders, que ainda não estreou. Enquanto isso, vamos conferir trechos da coletiva de imprensa e ver o que ela tem a dizer sobre a sua personagem Julia no longa Unforgettable.
O que a atraiu para essa personagem?
Rosario Dawson - O que eu mais amei, foi a oportunidade de trabalhar com um grupo de mulheres notáveis e contar uma história multifacetada sobre mulheres que não precisavam ser perfeitas. O que foi interessante foi observar essas mulheres diferentes a lutar com a ideia de perfeição e como cada uma delas, nessa luta, se perde no caminho - a falta de comunicação, as oportunidades e as possibilidades. Eu gostei porque eu me sentia como parte de cada uma dessas mulheres. Não existia o pensamento "ah, ela é má e esta é a boa pessoa". Era mais: "não, eu fiquei aborrecida eu fiquei um pouco louca". Esta é uma situação interessante para explorar, na verdade, para ver essas mulheres bem diferentes e de como a elas lidam com a paixão e com o objeto da paixão.
Como o seu figurino mostra Julia, sua personagem? Katherine veste terninhos e roupas bem simétricas, caras e é obcecada pela aparência. Sua personagem é um pouco mais relaxada e suas roupas refletem isso.
Rosario - Antes de mais nada, eu quero dizer que não é só uma coisa de mulher. Eu li que o ator e diretor Andy Garcia é muito particular sobre o que ele veste. Ele não consegue interpretar uma personagem até que ele tenha encontrado o par de sapatos perfeitos. Já li muito sobre isso. Isto é uma coisa de ator, atriz… só isso.
O cabelo e os penteados da personagem da Katherine é quase uma personagem em si, não é? Tudo tão perfeito.
Rosario – Sim! Foi muito engraçado quando conversamos sobre isso. Quando ela estava no set de filmagens e nós estávamos fazendo essa cena forte e, de repente, um dos fios levantava porque o cabelo era reto e descolorido, ficava realmente difícil de manter. Nós contínuavamos nos olhando intensamente para não perder o ritmo, e ai vinha algumém escová-lo. Nós mantínhamos o contato visual porque não poderíamos perder o momento.
Como foi trabalhar com Cheryl Ladd, que era de As Panteras, que interpreta a mãe de Tessa?
Rosario - Não tívemos muitas cenas juntas. Mas teve um momento que estavámos juntas, nos colocamos em pose Charlie's Angel e tiramos a foto icônica, eu, Katherine e Cheryl.
Você interpreta a madrasta de Lily, interpretada por Isabella Kai Rice, de 9 anos. Como foi trabalhar com ela?
Rosario - Ela é simplesmente demais, e ela e Geoff Stults se tornaram melhores amigos, literalmente. Eles tomaram o café da manhã ontem. Eles saem o tempo todo. Essa era uma parte muito importante também, essa relação com a filha. Não poderia ter funcionado sem ela, e especialmente a relação entre os dois, de pai e filha,. Era muito bonita de ver.
Unforgettable aborda um tema contemporâneo assustador, que é a privacidade online, e as duas personagens investigam a vida da outra. Você pode falar um pouco sobre esse aspecto de como foi incorporar cyberstalking no filme e suas preocupações com relação à proteção de sua privacidade online?
Rosario - Achei fascinante. Este filme inteiro é sobre as pessoas tentando obter os segredos e se proteger e não compartilhar muito sobre si mesmos. Por causa disso e os muros que são criados, as oportunidades se perdem e essas pessoas não se relacionam umas com as outras, e assim elas são meio forçadas a esta situação, onde elas estão sozinhas. Ao invés de perguntar diretamente, elas estão sozinhas, recorrendo a: "Vamos pesquisar, mostre-me os registros da escola de Tessa". Em vez de perguntar diretamente a essa pessoa, elas estão tentando encontrar essa informação e usar essa informação contra elas. Existe um debate sério que precisamos ter em torno de privacidade e limites, e também sobre honestidade e o que estamos dispostos a compartilhar. Agora, temos o Congresso considerando um projeto de lei que permitiria que as corporações analisassem nossa história de navegação - qualquer coisa - sem nosso consentimento. Big Brother está fazendo isso regularmente e fazendo-o para o "bem maior" de ser capaz de ver os nossos hábitos e tudo mais. Existem alguns benefícios óbvios para a realidade e as coisas que vêm disso, mas há também a questão do que estamos desistindo? Nós realmente não sabemos, porque nunca vimos essa paisagem antes.