Os Estados Unidos alcançaram na terça-feira(17), oficialmente, às 7h46, um total de 300 milhões de habitantes, 39 anos após ultrapassarem a barreira dos 200 milhões, segundo o “Relógio de População” do Escritório do Censo.
O “relógio”, que fica no Escritório do Censo em Washington, utiliza o número de nascimentos, o de mortes e os saldos líquidos dos fluxos migratórios nos EUA para realizar seus cálculos demográficos.
Segundo o site do Censo, há um nascimento a cada sete segundos, uma morte a cada 13 e um saldo líquido de uma pessoa a cada 11 segundos.
Além disso, a cada 31 segundos o terceiro país mais povoado do planeta recebe um novo imigrante.
Tanto a agência governamental como os demógrafos coincidem em que o marco alcançado não teria sido possível sem a crescente presença de imigrantes no país, em sua maioria hispânicos.
Segundo o Censo, cerca de 40% do crescimento da população são fruto da imigração, tanto legal como ilegal.
Nesse sentido, o demógrafo Jeffrey Passel, do centro de estudos Pew Hispanic Center, afirma que cerca da metade dos últimos 100 milhões são imigrantes e seus filhos.
Sem os imigrantes e seus descendentes, diz Passel, a população dos EUA seria de 247 milhões. O número de hispânico-americanos rondaria os 16 milhões em vez de 44 milhões e os asiático-americanos seriam 2 milhões, e não 13 milhões.
Por sua parte William Frey, analista do centro de estudos Brookings Institution, lembra que a taxa de natalidade entre os hispânicos (2,8%) é maior que a média nacional, próxima a 2,1%.
Embora não haja forma de comprová-lo, Frey afirma que o habitante de número 300 milhões é um latino, “porque é o grupo demográfico que cresce mais rápido nos EUA”.
Gregg Easterbrook, outro analista do Brookings Institution, destaca em artigo publicado este mês no jornal Los Angeles Times que essa taxa próxima a 2,1% permite manter a população estável e implica, “essencialmente”, que todo o crescimento futuro “provirá da imigração”.
Em meados dos anos 60, quando os EUA alcançaram os 200 milhões de habitantes, 84% da população era branca, 11% era negra, 4% era hispânica e 1% era asiática, segundo o centro de estudos Pew Hispanic Center.
Os brancos seguem sendo maioria, mas sua percentagem caiu para 67%. Já os latinos representam hoje quase 15% da população, uma percentagem que, segundo as estatísticas oficiais, aumentará para 25% em 2050.