O resultado de um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) gerou polêmico na última semana e comprova como a violência contra a mulher ainda é tolerada no Brasil.
A maioria dos brasileiros entrevistados, 65,1%, considera que mulheres que usam roupas que revelam muito o corpo merecem ser atacadas. Assim como também é maioria o grupo (58,5%) que acredita que, “se a mulher soubesse se comportar”, as estatísticas de estupro seriam menores.
Os resultados provocaram espanto entre os próprios autores da pesquisa. A violência contra a mulher, avaliam, é vista como forma de “correção”. A vítima teria responsabilidade - por usar roupas provocantes ou por não se comportar do modo “desejado”. “Mais uma vez, tem-se um mecanismo de controle do comportamento e do corpo das mulheres da maneira mais violenta que possa existir”, dizem os autores da pesquisa.
A pesquisa conclui que por trás dessas afirmações “está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, não os estupradores”.
Campanha
Diante do polêmico resultado da pesquisa, a jornalista Nana Queiroz organizou o movimento “Não mereço ser estuprada” nas redes sociais (popularizado pela hashtag #nãomereçoserestuprada). Entretanto, mal começou a campanha, que teve o apoio da presidente Dilma Rousseff, Nana foi ameaçada de estupro pela internet. Com informações do “Terra” e “Estadão”.
