Quando Maria Elena Hernández saiu de Honduras rumo a Califórnia não sabia falar inglês, não tinha permissão para trabalhar, e seu temor de ser presa pelos agentes de imigração lhe dava um nó no estômago.
Oito meses depois, a mulher subia às escadas do Capitolio para exigir a alguns dos principais parlamentares da Califórnia melhores condições de trabalho.
Estimulados pelas recentes marchas em favor da um reforma nas leis de imigração e apoiados por uma crescente participação em uma série de organizações civis, os imigrantes estão começando a surgir como protagonistas na vida cívica e política dos EUA.
“Me sinto como se fosse meu país, que não tenho que ceder a nada”, disse Alex Palencia, um trabalhador quatemalteco que esperava uma oferta de trabalho junto a uma carreta em San Francisco.
Esse espírito de ativismo está presente nas marchas nacionais em favor dos imigrantes efetuadas recentemente em San Francisco, Chicago, Phoenix, Washington D.C, Los Angeles e outras cidades.
Inclusive os imigrantes ilegais como Hernández, que não podem votar e têm razões para temer ser o centro das atenções estão começando a surgir das sombras a fim de influenciar àqueles que estão no poder assim como àqueles que irão votar.
“Me sinto bem, como si o que estou dizendo será escutado” disse Hernández em espanhol.
Teresa Molina, grávida e sentada junto a ela nas escadas do Capitolio apoiava suas palavras.
“Trabalhamos tanto que em várias ocasiões ignoramos o que se passa ao nosso redor. Mas chega o momento em que é necessário dizer algo”, disse Molina. “Pois bem, por isso estamos aqui hoje”, concluiu.
Segundo recente levantamento feito pelo Instituto Mexicano do Centro Internacional Woodrow Wilson, por todo o país há um crescimento silencioso mas constante de grupos liderados por imigrantes. Desde organizações de bairros até escolas, igrejas, grupos de defesa dos imigrantes e sindicatos.