A JBS SA, cujas fábricas de frigoríficos no Brasil e nos Estados Unidos foram diretamente atingidas pelo surtos de coronavírus, anunciou a doação de R$ 700 milhões (ou US $ 120 Mi) para iniciativas destinadas a combater a pandemia.
O controverso frigorífico brasileiro diz que os fundos serão usados "para ajudar as comunidades onde seus funcionários vivem e trabalham, em todo o mundo", enquanto as processadoras de carne agem para evitar novas infecções em sua força de trabalho.
Somente a JBS registrou 30 mortes de funcionários nos EUA em outros países, o que levou as comunidades locais e ativistas a cobrarem o fechamento dos abatedouros.
Parte das doações, 300 milhões de reais, ficarão nas plantas dos Estados Unidos para combater o COVID-19, onde a empresa opera várias plantas de carne bovina e suína. Os outros 400 milhões de reais, vão para apoiar iniciativas de saúde pública e assistência social em 17 estados brasileiros, inclusive fornecendo equipamentos de proteção individual e alimentos, e financiando a construção de hospitais.
52 mortes e 12,500
casos confirmados
nos frigoríficos
Pelo menos 52 trabalhadores de frigoríficos morreram por COVID-19 e mais de 12.500 foram infectados nos Estados Unidos até o dia 4 de maio, de acordo com o sindicato que representa mais de 250.000 trabalhadores do setor de abate e processamento de carnes, com o maior número de casos centrados em matadouros da Tyson - 4.500 positivos e 18 mortes.
Uma planta de processamento de carne de porco da JBS foi temporariamente fechada para conter um surto. No Brasil, uma dos três abatedouros de frango da empresa foi fechada na quinta-feira, por 15 dias, para conter a propagação do vírus.
De acordo com o Center for Economic and Policy Research, latinos e pessoas de cor compõem grande parte da força laboral dos frigoríficos - 44% e 25%, respectivamente.
Sacrifício de porcos
Com falta de funcionários e terra limitada para a criação de animais, muitos fazendeiros partiram para uma solução drástica: sacrificar milhares de suínos e interromper a gravidez das fêmeas.
O processamento de carne suína caiu 50%, e a Tyson também afirmou que seu fornecimento de carne bovina está ameaçado.
O setor já acumula perdas de US $ 37 Bi e a expectativa é que a indústria registre prejuízo de quase US$ 5 Bilhões até o final de 2020.