O depoimento do ex-assessor da campanha de Lula à Polícia Federal confirmou que duas pessoas foram autorizadas a viajar à Cuiabá e se encontrar com empresários da Planam para analisar documentos que envolveriam políticos do PSDB na compra superfaturada de ambulâncias. Contudo, a relação não estaria autorizada a exigir dinheiro pelo material.
O advogado Aldo de Campos Costa, que conversou com a imprensa em nome do ex-assessor de análise de mídia e risco Jorge Lorenzetti, afirmou que seu cliente apresentou à Polícia Federal um “relato consistente” de todos os fatos desde o início da campanha até o dia 15, quando duas pessoas foram presas ao negociar a compra de material.
Segundo ele, o caso começou com um contato de Valdebran Padilha, filiado ao PT no Mato Grosso, estado em que a Planam tinha a maior atuação nas fraudes de compra superfaturada de ambulâncias. O petista teria procurado a campanha de Lula dizendo que teria documentos que poderiam comprometer a “campanha estadual do PSDB em São Paulo”. Lorenzetti, segundo o advogado, então pediu para Gedimar Passos e Expedito Veloso analisarem o material.
"Meu cliente sempre teve interesse no acesso e na divulgação desses documentos. É um interesse que vem desde que Valdebran entrou em contato. Ele achava que poderia conseguir isso graciosamente. E foi com esse intento que ele encaminhou mais de uma vez os colaboradores para verificar a autenticidade dos documentos”, explicou o advogado.
Aldo de Campos relatou que, em vista disso, Lorenzetti teria sido surpreendido com a apreensão do dinheiro em São Paulo. “Meu cliente ficou absolutamente chocado quando soube que Gedimar foi apreendido com dinheiro. Era a orientação do partido, principalmente pelo momento eleitoral, que não poderia haver nenhuma negociação.”
Indagado pelos jornalistas sobre a origem do dinheiro, o advogado disse que isso precisa ser investigado pela Polícia Federal. “Lorenzetti afirmou contundentemente que nada teve a ver com esses valores. Dede o primeiro momento, ele, na qualidade de responsável pelo encaminhamento de colaboradores, repudiou a negociação ou qualquer envolvimento de valores pecuniários”, resumiu.
Agência Brasil