Uma reportagem da revista “Veja” do último fim de semana, que divulgou os primeiros nomes citados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em mais de 40 horas de depoimento, agitou o cenário eleitoral e da bolsa de valores esta semana.
Segundo a revista, estão envolvidos nos escândalos da Petrobras três governadores, um ministro, pelo menos 25 deputados federais e seis senadores, parlamentares do PT, PMDB e PP, partidos da base aliada do governo.
Os citados pela revista como beneficiários do esquema são: o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, do PMDB do Maranhão; o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, atual candidato ao governo do Rio Grande do Norte; o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas; os senadores Ciro Nogueira, do PP do Piauí; e Romero Jucá, do PMDB de Roraima.
Entre os deputados estão o petista Cândido Vaccarezza, de São Paulo, e João Pizzolatti, do PP de Santa Catarina. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, do PP, é outro apontado no depoimento.
Da lista de três governadores, todos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral, do PMDB, ex-governador do Rio; Roseana Sarney, do PMDB, atual governadora do Maranhão; e Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato a presidência da República pelo PSB, morto no mês passado, e substituído na candidatura por Marina Silva.
A reportagem da revista “Veja” também afirma que Paulo Roberto admitiu, pela primeira vez, que empreiteiras contratadas pela Petrobras tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo, para partidos e políticos de diferentes legendas da base aliada do governo. Paulo Roberto teria afirmado ainda que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, serviu para abastecer o caixa de partidos e para pagar propina aos envolvidos na transação.
Paulo Roberto foi diretor de refino e abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, durante os governos Lula e Dilma. Nesse período, a Petrobras foi dirigida por José Sergio Gabrielli e Graça Foster, atual presidente.