O que é preciso providenciar para a chegada do bebê?
Como me preparo para o papel de pai? E quando a criança nascer, como isso vai afetar a vida conjugal?
Um time de especialistas dá orientações para solucionar as principais dúvidas e aflições dos pais de primeira viagem, da gravidez ao nascimento.
1. Do ultrassom ao curso de pais
Participar in loco de cada etapa da gestação é o primeiro grande passo para vivenciar a paternidade integralmente. Nesse sentido, é importante
acompanhar sua parceira em todas as consultas ao obstetra, escutar o coração do bebê, assistir ao exame de ultrassom e saber em primeira mão se
será menino ou menina. Procure também fazer o curso preparatório para o parto. Tais medidas, além de consolidar os vínculos entre pai, mãe e filho, dão ao homem a chance de tomar parte desde cedo em decisões que digam respeito ao bebê.
2. A informação é seu grande aliado
A gravidez é um período confuso. A mulher pode oscilar entre momentos de euforia e ansiedade ou até mesmo tristeza. É natural que você fique perplexo diante de tanta novidade. Por isso, não tenha vergonha de perguntar sempre. Seu pai, os especialistas em saúde, a literatura e os amigos com filhos podem ser grandes aliados nessa hora. Entender o que
está acontecendo e saber como agir diante de cada situação são maneiras de se preparar e enfrentar essa fase com mais tranquilidade e equilíbrio.
3. O que sua esposa espera de você
Ser pai é como segurar nas mãos um passarinho que caiu do ninho. Não se deve apertá-lo demais a ponto de quebrar os ossos, tampouco afrouxar a
pegada de modo que a ave possa escapar por entre seus dedos e se machucar novamente no chão. Tanto a mulher como a criança esperam do pai uma atitude
ao mesmo tempo firme e amorosa. Tenha sempre isso em mente ao lidar com sua família, já a partir da descoberta da gravidez.
4. No início, a sensação de insegurança é normal
Embora muitos homens digam que pretendem ter filhos, poucos efetivamente se planejam para isso. Em geral, os casais deixam ou se esquecem de se
prevenir durante o sexo e a concepção da criança acontece sem que se discuta minimamente o assunto. A falta de programação e informação gera a
sensação de insegurança no homem. Isso é normal. Se esse for o seu caso, relaxe. Exerça sua paternidade com todas as suas forças e saiba que você tem as principais ferramentas para criar um filho, o amor e o instinto.
5. Que tipo de pai você quer ser
Questões existenciais afloram quando se é pai. Dê vazão a esse tipo de reflexão, descubra qual é o real sentido da vida para você e encontre um propósito que vá permear a relação com seu filho. Esse objetivo vai ajudá-lo a definir o tipo de pai que você quer ser, bem como os valores que pretende transmitir. Também lhe ajudará a reconhecer as
habilidades necessárias para cumprir sua meta, o tipo de comportamento que pretende adotar ao exercer sua paternidade e o ambiente em que fará tudo isso. Em outras palavras, guie-se pelo seu intuito. Ele definirá quem você é, o que faz, onde faz, como faz e por que faz.
6. Converse sobre os valores de cada um
A gravidez dá ao casal a oportunidade de discutir valores. É o momento em que se contrapõem as convicções de um e de outro – e as diferenças vêm
à tona. Se houver um ambiente adequado para isso, até as famílias podem participar dos debates. Sem criar celeumas, mesmo porque sua mulher está
esperando um filho e precisa de muita harmonia, negocie consensos. Coisas aparentemente simples podem se tornar grandes problemas. A criança
tomará remédios homeopáticos ou alopáticos? Poderá ou não se arrastar pelo chão sujo? Deixar algumas decisões sobre o tipo de criação do filho
para depois do parto pode ser muito desgastante – em alguns casos, insuportável.
7. Comece a pensar como pai
Ao saber que terá seu primeiro filho, o marido tem de assumir o papel de cuidador. Por mais óbvio que pareça, o homem precisa reconhecer para si
mesmo que concebeu uma criança e que ela é totalmente dependente dele – para a mulher, que carrega o bebê no ventre, isso é mais fácil. Ponha
para fora esse comportamento dormente e comece a pensar como pai. Lembre-se das vezes em que teve sob sua responsabilidade um sobrinho, um cachorro ou uma planta. Um bom começo pode ser abandonar hábitos em que você coloca sua vida em risco desnecessariamente. Agora você tem um nenê e ele precisa de sua presença.
8. Reserve um tempo para refletir sobre o futuro do bebê
Os meses que precedem o nascimento são os mais adequados para pensar no futuro da criança. É um bom momento para comprar um seguro de vida e
dar uma boa olhada nas escolas com mensalidades mais apropriadas para o seu orçamento. Também é a hora de estabelecer quem vai prover os recursos
da casa: só o homem, só a mulher ou ambos. Pode parecer cedo demais para isso, mas vale a pena tirar vantagem da preciosa tranquilidade pré-natal. Depois das contrações, vocês não terão mais tempo de avaliar essas questões com a calma necessária.
9. Mudanças na rotina profissional
A chegada de um bebê muda a vida de um homem, inclusive no trabalho. Preparar o chefe e os colegas de escritório para essa nova realidade é
uma medida fundamental. Avise-os da novidade o quanto antes, programe sua licença e procure não sobrecarregar a agenda nos primeiros meses de
vida do seu filho. Nesse período, sua mulher vai precisar muito de sua disponibilidade. Considere, inclusive, que seu sono não será o mesmo. Passar noites em claro cuidando do recém-nascido pode ser uma constante.
10. A infraestrutura para o bebê
A casa deve estar pronta para a vinda de uma criança. E o pai pode contribuir bastante nessa tarefa. Seu filho vai precisar de um veículo confiável e espaçoso para ser transportado, uma cadeirinha igualmente segura para ser fixada no carro e um espaço onde possa ser trocado com conforto e comodidade, muitas roupas e fraldas, um ou mais móveis para guardar suas coisas, uma mala para colocar as tralhas ao sair de casa, um
local adequado para dormir e mamar, um carrinho para passear e uma banheira para tomar banho, além de mamadeiras, chupetas e tudo mais. Boa parte dos itens é presenteada no chá de bebê, mas o restante deve
ser providenciado.
11. Aprenda a dividir tarefas
Depois das questões financeiras, o tema “afazeres da casa” costuma ser o mais discutido pelos casais, principalmente nos primeiros meses de vida do bebê. Saiba que a maior parte dessa responsabilidade acaba recaindo sobre o homem, a não ser os que podem pagar para ter um exército de empregados ou contem com avós que assumam isso. Para não sofrer sem necessidade, pense que, quanto mais feliz sua mulher estiver, mais feliz você ficará e mais forte será seu relacionamento. O pai deve entender que ele não está
ali como um ajudante, e sim como um parceiro que divide as tarefas da maneira mais sensata possível. Além disso, ir à farmácia, cuidar da cozinha e fazer supermercado pode ser divertido.
12. Cuide do relacionamento
Antes de serem pais, você e sua mulher tinham tempo de sobra para curtir o relacionamento a dois. Mas agora o bebê é o foco principal de tudo o que vocês fazem. E isso pode ser um problema. Para evitar o esgotamento do casal, reserve um tempo do dia para conversar com sua mulher – mas, por favor, falem sobre algo que não seja a criança. Quanto ao sexo, vá com calma, sem mostrar desinteresse, espere que ela dê os primeiros sinais. Lembre-se de que ela está insegura em relação à sua sensualidade por causa do parto e da amamentação.
13. Fique atento à saúde da criança
A saúde do bebê é um ponto crucial da vida dos pais. E o homem também precisa estar atento a essa questão. Procure conhecer a fisiologia de um recém-nascido. Esse conhecimento lhe permitirá entender o que está
havendo com a criança em diferentes situações – até porque, ela ainda não fala. O vermelho da pele indica calor, e o roxo, frio. O choro de algo que incomoda é bastante característico, aprenda a distingui-lo: costuma
ser de cólica, ouvido, garganta, nariz, dente. Em caso de dúvida, meça a temperatura para ver se há febre. Inspecionar a criança também é muito importante no banho e na troca de fralda. Além do vínculo físico, esse procedimento permite identificar eventuais alergias, lesões e outros problemas. Uma constatação útil: o filho em geral reage em função da saúde da mãe. Portanto, garanta o bem-estar dela e você estará cuidando de ambos.
14. Educar um filho pode ser simples
A partir do momento em que a criança nasce, o pai ganha mais uma função: a de educador. Fornecer ao filho as ferramentas necessárias para que ele possa um dia andar com as próprias pernas sem se estatelar no chão a cada passo é talvez a tarefa mais árdua da vida de um homem. Note que dificuldade não quer dizer complexidade. Educar um filho pode ser mais
simples do que você imagina – basta aprender com ele. Obviamente, será preciso também carinho, paciência, energia, respeito, engajamento, entre outros predicados. Mas, se você conseguir dosar suas exigências, já
estará fazendo um excelente trabalho: não imponha ao filho empreitadas predestinadas ao fracasso nem deixe de cobrar afazeres que estejam ao alcance dele.